Arrecadação de tributos no Pará despenca 12% em maio
Queda do estado foi nada comparada ao impacto do coronavírus sobre as finanças de estados como Ceará e Pernambuco. Pará teve 3ª derrapada mais branda; só Rondônia fechou no azul.
Queda do estado foi nada comparada ao impacto do coronavírus sobre as finanças de estados como Ceará e Pernambuco. Pará teve 3ª derrapada mais branda; só Rondônia fechou no azul.
Só governos de Belém e Parauapebas eram, até então, os bilionários do Pará. Prefeitura de Marabá é uma das 80 mais endinheiradas do país e, como poucas, uma das mais equilibradas.
Elas nem balançam e nem caem. Ao menos não até o momento. Governos de Parauapebas, Marabá e Canaã dos Carajás estão com arrecadação em dia mesmo em tempos muito difíceis.
Com projeção de perder R$ 255 milhões até setembro, governo de Parauapebas se antecipou aos fatos e anunciou corte de 20% em salários dos cargos de confiança: tempos de tesourada.
Receitas correntes do principal município do estado cresceram 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Contas ainda não vieram com efeito do avanço do novo coronavírus.
Governo se tornou dependente de royalties da Vale, que paralisou operação da mina de Serra Leste e fonte secou. Agora, além da queda na arrecadação, gestão registra rombo nas contas.
Vilã, Lei Kandir ajuda enterrar prosperidade do estado, que é espoliado por transnacionais a preço de banana. Em legislação de extremo mau gosto, estado perdeu em quase duas décadas e meia R$ 40 bilhões em ICMS, enquanto apresenta 3ª menor dívida perante a União.
Folha chegou a menor percentual da história e prefeito se empolgou tanto que saiu distribuindo gratificações a vários cargos. No fundo, porém, contas locais não suportam uma gripe chinesa.
No município-sede da microrregião, recursos da educação são terceira principal fonte de renda depois de Cfem e ICMS. Pelos dados do TCU, só em Água Azul o FPM é maior que o Fundeb.
Mas nem tudo são flores: por conta da dependência extrema de Cfem e de ICMS, movidos pela indústria mineral, Parauapebas tem hoje 5ª administração financeiramente mais frágil do Brasil.
Apesar de prefeitura estar entre 50 mais endinheiradas do Brasil em 2019, progresso social não está nem entre 1.000 melhores. Descompasso entre riqueza e desenvolvimento é nítido.
Gastos do Estado estão dentro da normalidade; anormais estão os índices de empobrecimento da população, os quais, segundo o Ministério da Cidadania, “sequestram” 35% dos paraenses.
Em outras cinco ocasiões (2013, 2014, 2015, 2017 e 2018), administração também bateu casa do bilhão. Prefeitura é, neste momento, a 52ª mais rica do Brasil, segundo o Tesouro Nacional.
Imposto deve bater na porta da população entre dias 10 e 20 do mês que vem e pagamento das parcelas começa dia 18 de outubro. Cerca de 99 mil imóveis estão cadastrados pelo DAM.