Retorno de Jader Barbalho ao Senado fortalece Renan Calheiros

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Chegada do paraense atrai novos senadores e diminui força dos dissidentes, alimentando sonho do líder de voltar à Presidência

Jader no aeroporto de Belém: de volta a Brasília, ele vai preferir bastidores aos holofotes, dizem aliados (Antonio Cícero/Fotoarena/Agência O Globo)O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) ainda não foi oficialmente diplomado, mas já reassumiu lugar na mesa de honra do partido. Um jantar de confraternização na casa do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), serviu para reinserir o peemedebista na cúpula da legenda. Com vinho italiano e champagne, ele dividiu espaço na mesa com os principais nomes do partido como o presidente do Senado, José Sarney (AP), e o vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP). Considerado um quadro independente, Jader chega ao Senado com a missão de reforçar a ala do líder da bancada, Renan Calheiros (AL), que alenta o sonho de retornar à Presidência da Casa. Assim como Jader, ele teve de renunciar ao cargo sob o peso de acusações.

Antes mesmo de assumir o mandato, o paraense toma pé das discussões que permeiam a reforma ministerial, marcada para o início do próximo ano. “O Jader, pela experiência, traz uma bagagem muito grande para o PMDB e contribuirá para a agenda do partido. Vai acrescentar no sentido de o PMDB reconstruir sua agenda junto ao governo, nos episódios que vamos enfrentar, como a reforma ministerial e as eleições de 2012. O partido tem que se posicionar. O ano começa com o redesenho do governo da Dilma”, resume o deputado José Priante (PMDB-PA), sobrinho de Jader.

De acordo com Priante, ele é “uma espécie de clínico geral” e ainda não definiu os espaços que pretende ocupar no Senado. Esse espaço, segundo alguns integrantes do partido ouvidos, nesse primeiro momento não deve ser de grande destaque. Provavelmente será nos bastidores. “Claro que ele vai querer espaço, numa comissão aqui ou ali. Mas não vejo ele querer maiores voos”, avaliou um cacique do PMDB que não quis se identificar. Na Esplanada, no entanto, ele corre em busca do tempo perdido. Já entrou na briga que o PMDB trava com o PT para ampliar espaço na Caixa Econômica Federal e na estrutura da Eletrobras.

Três na mira
Além de Jader Barbalho, os peemedebistas terão mais três senadores. Contam com a adesão de Clésio Andrade (MG), que deixará o PR, do qual é vice-presidente. Na lista de “desistentes” do PR que devem aumentar as fileiras do PMDB também estão o senador Antônio Russo (MS) e o senador Blairo Maggi (MT), que só não deixou o PR ainda para não serem acusados de infidelidade partidária junto à Justiça Eleitoral.

Maggi, no entanto, vem se mexendo discretamente nos bastidores, e segundo alguns peemedebistas as conversas se intensificaram nos últimos 40 dias. Apesar desse cenário, não se espera desembarque imediato. Diferentemente dele, Clésio deve se desfiliar do PMDB já na terça-feira. Ele descarta a possibilidade de perder o mandato, pois conseguiu provar junto à Justiça Eleitoral que integrantes do PR estavam cerceando seus direitos, não o convidando para reuniões e escondendo informações.

A manobra do senador deve servir de inspiração para Russo. “Já era para ele ter vindo antes de tomar posse. Falta apenas construir o mesmo processo feito pelo Clésio”, ressaltou o presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). A ampliação da bancada resolve um problema de correlação de forças que Calheiros vinha enfrentando. Grupo formado por descontentes com a liderança de Renan, o chamado “G8 do PMDB”, surgiu para atuar com independência no Senado. A entrada de Jader e a migração de parlamentares do PR acelera o processo. (CB)

1 comentário em “Retorno de Jader Barbalho ao Senado fortalece Renan Calheiros

  1. Senna Responder

    “Já entrou na briga que o PMDB trava com o PT para ampliar espaço na Caixa Econômica Federal e na estrutura da Eletrobras.”

    Meu Deus do céu! Depois que acabou com a SUDAM e quase leva pras cucuias o BANPARÁ, o “omi” quer agora só a Caixa Econômica (diga-se, verbas do PAC) e a Eletrobrás (diga-se Belo Monte)… É mole ou quer mais?

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