Parauapebas tem uma das piores governanças do Brasil, aponta Conselho

Entre municípios com mais de 100 mil habitantes e riqueza per capita superior a R$ 28.900, capital do minério foi o 25º pior. No Pará, só Barcarena e Tucuruí estão mais abaixo

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O Conselho Federal de Administração (CFA) aponta: Parauapebas tem uma das piores governanças do Brasil, entre os 155 municípios brasileiros com mais de 100 mil residentes e produção de riquezas por pessoa superior a R$ 28.900.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu junto a uma pesquisa recentemente divulgada pelo CFA, a partir da compilação de diversos indicadores, apurados com referência a 2018, que tentam traçar uma métrica a partir de três dimensões (finanças, gestão e desempenho) com base em dados secundários referentes à saúde, educação, segurança pública, habitação, gestão fiscal, transparência, entre outros.

Numa escala de 0 a 10, que conforma o Índice de Governança Municipal (IGM) e onde quanto mais próximo de 10, melhor a governança, Parauapebas recebeu nota 6,22, posicionando-se na traseira da lista, em 131º lugar entre 155 municípios. No Pará, entre os lugares classificados como ricos, só Tucuruí (nota 5,03) e Barcarena (nota 3,96 e penúltimo colocado geral) ficaram em situação inferior à de Parauapebas. O melhor do grupo é a paulista Indaiatuba, com nota 8,7.

Em situação mais confortável, Canaã dos Carajás, que faz parte de outro grupo (alta renda, mas população entre 20 mil e 50 mil habitantes), apresentou nota 7,25.

Mal administrado

Parauapebas foi mal principalmente no indicador de qualidade da gestão (nota 4,67, uma das piores do Brasil), colaboradores (5,83) e planejamento (6,77). Na apuração do Conselho, os indicadores de investimento em saúde e educação estão abaixo do ideal; o número de servidores públicos está acima da média normal; e o planejamento entre despesas e receitas, mais a captação de recursos, é exagerado para mais ou para menos.

Além desses critérios, as notas do município nos indicadores de saúde (5,08), habitação (5,06), vulnerabilidade social (4,7) e segurança (5,36) também foram sofríveis e puxaram para baixo o desempenho de Parauapebas. Cabe ressaltar, no entanto, que embora a referência da pesquisa seja 2018, há indicadores com ano-base de 2016, 2017 e 2018.

O IGM é um apanhado de praticamente tudo o que o Blog do Zé Dudu divulga recorrentemente, em verso, prosa e dados, sobre os municípios paraenses, tendo como fontes a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), responsável por dados fiscais; o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulga pesquisas sociodemográficas; o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que lança estudos sobre progresso social; o Ministério da Saúde, que, por meio do Datasus, monta indicadores de saúde, entre outros.