Igrejas Evangélicas de Conceição do Araguaia enviam proposta ao MPE para voltarem a realizar cultos

O presidente do Conselho de Pastores afirma: “não podemos olhar para igreja como uma ameaça”.

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Mesmo com as reiteradas recomendações dos órgãos de Saúde para o distanciamento social visando não disseminar o coronavírus, algumas Igrejas Evangélicas de Conceição do Araguaia acreditam que o momento é de repensar a quarentena.

De acordo com o presidente do Conselho de Pastores Evangélicos, Raimundo Ribeiro, todas as igrejas evangélicas do município almejam o fim da proibição dos encontros. “Tivemos uma reunião com o gestor e então, nossa proposta foi encaminhada ao Ministério Público Estadual. Agora precisamos aguardar 30 dias para que o caso seja revisto”, relata.

O prefeito Jair Martins, ressalta que em Conceição do Araguaia, nenhum templo ou igreja está fechado. “Nosso decreto municipal proíbe aglomerações, de todas as religiões. Estamos preocupados com a população, as pessoas podem orar ou rezar em suas casas ou através de vídeos online. Os pastores e padres podem receber pessoas em suas igrejas, de forma individual, com álcool em gel na entrada e com os devidos cuidados. O que está proibido são as aglomerações”, afirma o prefeito.

Para o pastor, os cultos online não são suficientes. “A igreja não está preparada para usar destes mecanismos e tão pouco o povo está pronto para recebê-los. Para o momento pode até ideal, mas muitos membros se queixam, porque o importante da igreja é estar presente”.

Raimundo comenta ainda sobre a realização das ceias. “Todo primeiro domingo do mês, nós realizamos as ceias presenciais, onde as pessoas recebem o pão e o vinho. Neste momento, com essa mudança brusca de rotina, nós acabamos sentindo essa necessidade. Não podemos olhar para igreja como uma ameaça”, pondera.

Segundo ele, não há diferenças entre igrejas, supermercados e bancos, onde há aglomeração de pessoas. “Assim como as pessoas têm o dever e a necessidade de ir ao mercado, também têm de ir à igreja”.

Para Raimundo, a fé é uma vertente que precisa ser movimentada. “Queremos retomar os cultos. Na nossa proposta, sugerimos encontros com até 100 pessoas, com distanciamento de cadeiras de até um metro e meio, álcool em gel na portaria, máscaras, utensílios esterilizados, enfim, iríamos procurar ter o máximo cuidado na higiene. Além disso, deixaríamos os idosos em casa”, afirma.

Decreto

Desde o dia 20 de março de 2020, o Decreto Municipal nº 043/2020, com medidas preventivas complementares de enfrentamento à pandemia do coronavírus proíbe todas as reuniões e eventos de caráter público ou privado, inclusive os que tiverem menos de 30 pessoas, por tempo indeterminado.

(Ynaiê Botelho)