Saiba o tamanho dos rebanhos criados nos campos e quintais do Pará

Estado movimentou em 2018 cerca de R$ 846 milhões em ovos, leite e mel, sem contar os bilhões exportados em carne e couro. Infelizmente, desenvolvimento social não acompanha o sucesso da riqueza econômica produzida no Pará, que é refletida como miséria e violência.

Continua depois da publicidade

Um exército composto por milhares e milhões de bois, búfalos, cavalos, porcos, bodes, carneiros, galos, patos, perus, codornas, suas fêmeas e parentes próximos desfila por pastos de fazendas e quintais Pará adentro. É a pecuária em ação, que não para de crescer no estado e contribuir com o faturamento do mercado de abates, um nicho do agronegócio que movimenta bilhões de reais anualmente.

O Blog do Zé Dudu se debruçou sobre os dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) divulgada na última sexta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e constatou que o Pará operou quase R$ 846 milhões no ano passado apenas com produtos de origem animal, sem contar abates, carnes e couros. A produção leiteira movimentou sozinha R$ 648 milhões, ao passo que a produção de ovos de galinha rendeu R$ 189 milhões. Ainda teve o mel de abelha, que adocicou em R$ 8 milhões a economia paraense.

Esses números são inéditos e dificilmente outro veículo de comunicação teria acesso com a exclusividade do Blog do Zé Dudu, que também apurou, em nível municipal, que Santa Izabel do Pará (R$ 46,3 milhões), Santo Antônio do Tauá (R$ 44,2 milhões) e Água Azul do Norte (R$ 38,1 milhões) são as localidades do estado que mais se destacam em produtos de origem animal — o primeiro e o segundo pela liderança na produção de ovos e o terceiro pela liderança na produção leiteira.

O Blog também recortou (veja a tabela exclusiva) o número do efetivo dos rebanhos do estado, posicionando o município líder no Pará e sua colocação nacional. O estado possui os maiores criadouros de bois (São Félix do Xingu) e búfalos (Chaves) e o segundo maior reduto de cavalos e afins (São Félix do Xingu).

Com tanta riqueza assim, vinda do suor de homens e mulheres que lidam com o campo, seja com pecuária, seja com produção agrícola, o Pará tem condições efetivas de se transformar num celeiro de desenvolvimento humano e progresso social mediante o engajamento das cadeias produtivas locais e a participação de todos. No entanto, a riqueza movimentada pelo estado parece não ser suficiente — e de fato, sozinha, não é — para realizar as mudanças, para melhor, de que o estado e sua gente necessitam.

Hoje, muitos municípios altamente produtores de riqueza convivem com a miséria, a vulnerabilidade social e a marginalidade, uma contrassenso vergonhoso e cruel. Até quando? Todos os caminhos do desenvolvimento já estão postos gratuitamente.