Preservação: parceria entre Vale e órgãos ambientais salva animais silvestres

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Além dos animais que fazem parte do plantel do Parque Zoobotânico Vale (PZV) em Parauapebas (PA), mensalmente passam por lá em média oito animais provenientes de apreensões do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Pará. Eles são encaminhados ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) que os entrega aos técnicos do PZV para que possam receber tratamento adequado e serem preparados para destinação. A definição desse destino é feita pelos técnicos do Parque em parceria com ICMBio, que avaliam, em primeiro lugar, as condições de saúde e de sobrevivência do animal em habitat natural.

O Parque recebe mamíferos, répteis e aves, sendo elas as maiores vitimas de criadores e caçadores ilegais. Recentemente o raro e ameaçado de extinção uiraçu-falso, da família do gavião-real, recebeu um intenso tratamento para se recuperar dos maus tratos sofridos enquanto foi mantido em cativeiro por um pescador em Tucuruí (PA). Após um mês de tratamento foi transferido para uma unidade conservacionista em Minas Gerais, já que perdeu a capacidade de voar por conta dos danos sofridos na asa. De acordo com o supervisor do Parque, André Mourão, corujas, araras, papagaios e tucanos enfrentam situações parecidas. “Um dos tucanos que chegou aqui estava com o bico quebrado, vítima de atropelamento, e ainda apresentava características de vida em cativeiro”, relata Mourão. “Já tivemos, também, casos de pessoas que entregaram papagaios como oriundos da floresta e chegaram pra nós falando e cantando”, relembra.

Os animais que perderam a capacidade de sobreviver na natureza são destinados a outros Parques e criadouros legalizados. Permitida por Lei, a permuta desses animais apresenta-se como solução para algumas espécies, pois passarão a ser acompanhados por especialistas. A troca de bichos com outros Parques já rendeu ao PZV grandes conquistas, como o caso da troca de um urubu-rei macho, por uma fêmea do Paraná que possibilitou a reprodução em cativeiro dos casais de ambos os Estados em 2010.

Sobre o Parque Zoobotânico Vale

Inaugurado em março de 1985, o Parque ocupa uma área na Floresta Amazônica de 30 hectares, localizada no coração da Floresta Nacional de Carajás, Unidade de Conservação Federal preservada e fiscalizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com o apoio da Vale. O parque é mantido e administrado pela Vale e conta com diversos profissionais, entre biólogo, médico veterinário, técnicos em meio ambiente, identificador botânico e tratadores.

Dos 30 hectares que ocupa, apenas 30% foram utilizados para a construção de recintos e área de apoio. O restante é floresta nativa. O parque mantém atualmente um plantel de mais de 260 animais nativos da região amazônica. Entre as espécies existem algumas ameaçadas de extinção, como a onça-pintada, arara azul grande, ararajuba, macaco-aranha-da-testa-branca e macaco cuxiú. O parque contribui na preservação das espécies, servindo como estoque genético e formando profissionais especializados para trabalhar em benefício da preservação da fauna e flora brasileira