Prefeitura de Redenção vai usar quase R$ 400 mil em compra de parquinhos

Governo de Carlos Iavé vai utilizar recursos do FME e do Fundeb para adquirir os brinquedos, sob alegação de que brincadeira tem “importância pedagógica”. No município, 6 mil crianças vivem em lares em situação de pobreza.

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“Tá na hora! Tá na hora! Tá na hora de brincar! Pula, pula, bole, bole, se embolando sem parar!” E, assim, até a Xuxa cairia na algazarra com a iniciativa da Prefeitura de Redenção, que abriu uma licitação no valor de R$ 393 mil para comprar parquinhos para escolas vinculadas à Secretaria Municipal de Educação (Semed) do município sul-paraense. Na próxima quinta-feira (28), às 9 da manhã, as propostas das empresas interessadas no cachê oferecido pela administração de Carlos Iavé serão conhecidas, conforme consta do edital de licitação do processo que você pode conferir aqui.

Os parquinhos — no total de 20 — são compostos por balancinho, carrossel, escorregador, gangorra, vai e vem de madeira e mesa com bancos acoplados. Os recursos para a compra vão sair, segundo a Semed, do Fundo Municipal de Educação (FME) e do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) da Prefeitura de Redenção. No ano passado, a Prefeitura de Redenção arrecadou R$ 49,98 milhões em Fundeb e gastou R$ 63,26 milhões com educação.

Conforme texto de justificativa para o Termo de Referência do processo, a compra dos parquinhos é necessária dada a “importância pedagógica” dos aparelhos, já que, segundo a Semed, eles “são capazes de motivar as crianças a agir socialmente, ajudando umas às outras na diversão e no aprendizado”. A Secretaria Municipal de Educação alega, ainda, que o significado do brincar vai além da diversão e representa incentivo a resolver problemas, tomar decisões, explorar, negociar e conseguir se expressar.

Nessa brincadeira, dados levantados pelo Blog do Zé Dudu junto ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), por meio do Cadastro Único, revelam que cerca de 6 mil crianças redencenses matriculadas na rede municipal vivem em lares carentes, nos quais a renda por pessoa mensal é inferior a meio salário mínimo e cuja renda principal é o Bolsa Família. No município todo, 30 mil habitantes estão em situação de pobreza.