Brasília – Se confirmadas as previsões do estudo encomendado pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), apenas 12 partidos devem ter representantes no Congresso Nacional após as eleições gerais de 2022.
Pesquisa feita pela consultoria Action Relgov, aponta que o cenário retroagirá ao ano de 1986. Caso a previsão se confirme, a principal razão para a diminuição da representatividade partidária se dará em razão das novas regras da cláusula de desempenho aplicadas a partir das eleições deste ano.
“Há uma dificuldade em alguns partidos em compreender o novo cenário que os impede de construir estratégias para se manterem no cenário político”, disse João Hummel, autor do estudo e consultor técnico da FPE.
A projeção da consultoria Action Relgov indica que PT, PP, PL, Republicanos e PSD têm mais chances de elegerem as maiores bancadas no Congresso Nacional, atestando a diminuição de partidos tradicionais e que sempre tiveram bancadas expressivas, como MDB e PSDB, que devem eleger um número muito menor de candidatos.
O consultor se refere ao empoderamento do Congresso na definição do debate público no país. Outro levantamento que Hummel conduziu mostrou que, de 2012 a 2018, houve uma queda no número de projetos do Executivo na pauta de votações.
Em 2022, os partidos devem ter 2% dos votos em pelo menos um terço dos Estados, 1% em todos ou eleger 11 deputados federais. Se não conseguirem, perdem os fundos partidário e eleitoral e estrutura para o líder do partido no Legislativo.
Referencial
Com base nos votos de 2020, a Action Relgov fez levantamento mostrando que 23 partidos bateriam a cláusula. Outros 10 seriam eliminados. O estudo foi feito em cima dos votos por partido para vereador em 2020. Os dados foram computados como se tivessem sido direcionados a candidatos a deputado federal.
Nessa projeção, nenhum partido atingiu o mínimo em 7 Estados. São eles: Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins.Com base nos votos de 2018, seis partidos teriam perdido acesso. São eles: DC, PMB, PPL (fundido com PC do B), PRTB, PTC e Rede (que fez federação com PSol) justamente com o objetivo de não desaparecer do mapa político nacional.Em 2018, os 4 partidos que bateram a cláusula em mais Estados foram PT (14), PP (12), PSDB (11) e PSL (11).
Os números mudaram na eleição seguinte. Em 2020 foram PP (15), MDB (14) e PSD (12). PT e PSDB caíram para 9. Nesse computo, o chamado Centrão se sai bem.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.
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