Parauapebas registra pior expectativa de emprego em 2018

Blog do Zé Dudu já havia chamado atenção para ilusão numérica gerada por interpretação rasa dos dados mensais do Caged. Prefeitura local demitiu temporários em massa e terceirizadas os absorveram via CLT, mas Cadastro Geral não computou demissões do serviço público.

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No estado do Pará, Belém e Parauapebas protagonizaram a melhor e a pior expectativa de emprego em 2018, que é o contraste entre os dados finais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o consolidado mais completo da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Em Belém, a diferença ficou positiva em 10.925 postos, decorrentes do balanço entre 11.054 empregos contabilizados na Rais e 129 computados no Caged, conforme destacou em primeira mão o Blog do Zé Dudu em reportagem recente (veja aqui).

Já em Parauapebas houve frustração no resultado anual. Acontece que o Caged destacou o município com 3.303 postos de trabalho com carteira assinada no ano passado, mas a Rais finalizou o balanço anual em 757, rebaixando a capital do minério em 2.546 postos de trabalho. Mas onde, então, foram parar esses milhares de empregos em Parauapebas que o Caged registrou, mas a Rais não contabilizou?

A resposta está na terceirização de serviços realizada pela Prefeitura de Parauapebas em 2018, o que acabou por gerar um falso positivo nos números do Caged. Acontece que cerca de 2.000 temporários nos cargos de merendeiro, auxiliar de serviços gerais, motoristas e vigias foram desligados do serviços público e, depois, admitidos por empresa privada via CLT.

O Caged não computou o desligamento, já que não registra movimentação de trabalhadores do setor público estatutário, como a Prefeitura de Parauapebas. Todavia, o cadastro registrou as contratações por carteira assinada. Em decorrência disso, os números apareceram maiores que a realidade. Como a Rais compila tudo, ela registrou os distratos feitos pela administração local. O Blog do Zé Dudu fez análise a esse respeito — confirmada agora pelos números finais da Rais — em reportagem publicada no início deste ano (veja aqui).