Para a posteridade

Continua depois da publicidade

Fasial Salmen

Quem esteve na sessão inaugural da Câmara Municipal de Parauapebas, do dia 12, presenciou um discurso que deveria ficar para a posteridade. Não é novidade para quem acompanha  a política local, o poder e a contundência do discurso do vereador Faisal Salmen, se até na Assembleia Legislativa, onde ele exerceu dois mandatos, era considerado o expoente máximo da oratória, imaginem na Câmara de Parauapebas.

A despeito da sua habilidade com as palavras, Faisal andava à meia boca, brilhava em alguns momentos, mas, na maioria das vezes, deixava se levar pela mesmice histórica do nosso Legislativo.

Na sexta-feira ele voltou aos seus melhores dias (e olha que ele não esbravejou contra a Administração Pública Municipal). O seu alvo foi a Vale, que anunciou um investimento para o Pará, de R$ 60 bilhões  para os próximos quatro anos. Como sempre acontece (até porque possui uma consciência política muito mais aflorada que a nossa) Marabá saiu na frente e de quebra levou a siderúrgica algo que deve render 15 mil empregos e um investimento de R$ 3 bilhões.

Na frente de Luís Veloso, representante da Vale na sessão, Faisal enfatizou o pacto entre os segmentos representativos da cidade vizinha, dentre os quais a imprensa, a Associação Comercial, a classe empresária e a classe política. A idéia ainda que simplista era clara: a Vale não transportaria o minério de ferro de Carajás pelo seu território, se a siderúrgica não ficasse em Marabá.

Não se tem notícia de uma única reunião nesses moldes em Parauapebas. A filosofia de que a edição, seguinte cada um por si e Deus por todos sempre vigorou por essas bandas. Em outras palavras: político fica rico e a cidade constrói a sua história recheada de derrotas.

Analisando a coisa acuradamente, qual seria o direito de Marabá em pleitear a siderúrgica, se tecnicamente, pela distância da mina, pela necessidade de se construir uma estrutura que aqui já existe, Parauapebas é muito mais privilegiada? Se o ferro que vai alimentar os fornos da siderúrgica de Marabá é de Parauapebas cabe uma pergunta: até quando o município vai alimentar o desenvolvimento alheio, quando a cidade tem milhares de questões a serem resolvidas, como, por exemplo, provê estrutura para os milhares de imigrantes que chegam todos os mês na cidade? Essas questões foram colocadas na mesa pelo vereador, que lembrou que no início dos anos 80, quando os primeiros pioneiros chegaram se falava que o ferro de Carajás era para 340 anos. Como passar do tempo e a constatação da fúria extrativista da Vale, já se falou em 140 anos, “hoje com a produção de mais de 100 toneladas por ano, o tempo de vida da mina não será superior a 40 anos”.

Quem deixou de ir à sessão legislativa inaugural deixou também de se confrontar com a realidade que muitas vezes é mascarada e escapa sorrateiramente dos olhares da população. Vamos voltar a esse assunto.

Artigo publicado no jornal HOJE – edição 402 – Coluna do Marcel

5 comentários em “Para a posteridade

  1. Hildo Amorim Responder

    Paulão, Companheiro, acredito q Você parece não ter entendido o
    blog postado acima…isso não é uma luta do Vereador que colocou
    o assunto em tela, mas sim a pessoa que esclareceu algo que todos
    nós de Parauapebas passamos desapecebidos, por não termos
    o conhecimento das coisas….desculpe-me a franquesa, mas creio
    que vc está sendo partidário, e deve está falando devido a pequena
    observação feita pelo Vereador sobre a a visita do Dr. Afonso que é médico,
    e vice prefeito do Município, pedindo que fosse fazer uma visita
    ao hospital.
    Temo consciencia das coisas em interesse pelo geral e não pelo
    teus objetivos pessoais…
    Valeu brother.

  2. Eleitor indignado Responder

    Acredito que fazer um exame de ultrassom quando a cidade era governada por faisal,é o mesmo que fazer uma cirurgia de vista a laser no governo Darci, hoje ultrassom é um exame comum mas em 1989 não era assim tão facil,a arrecadação no tempo de faisal era 30% do que a camara recebe por mes nos dias de hoje, vou repetir 30% do que a camara recebe nos dias de hoje a receita era em torno de 400,000,00 por mes e mesmo assim foi feito muita coisa e hoje o que esta sendo feito ? no governo Bel o secretario de obras construia em um mandato e a obra só caia no outro mandato ex: casa do cidadão está até hoje fechado por que arrisca cair,hoje não o secretário constroi e a obra cai no mesmo mandato .
    No tempo de faisal a camara era contra faisal só sabia bricar com os vereadores, tanto que foi até cassado ,hoje não 95% da camara tá do lado ,fala a mesma lingua ,não briga não fiscaliza não defende o povo e mesmo assim não sai obra ,saude e o DMTT é curral de assessores do adelson , a segurança esta de parabéns ao meu ver porque com o efetivo policial que a governadora festeira mantém em parauapebas os nossos policiais estão de parabéns ; assassinatos , roubos de motos constantes rersidencias isso já virou normalidade

  3. Anônimo Responder

    È Facil Faisal falar, governou a cidade por 12 anos, e nem água tratada ele resolvou naquela epoca. Foi o primeiro prefeito, sempre bateu na vale, e o dinheiro que o governo dele pegou não usou 50% em beneficio a população de Parauapebas. No governo dele, até na saúde não conseguia-se marca uma consulta de ultrassom. Faisal agora faz o papel de bom vizinho, porque todo resto da câmara esta comprometida com o governo. Cada Vereador tem uma chupeta no governo de Darci, tipo: Caminhão alugado; Trator Alugado.
    Enquanto isso a industria dos CAMINHÕES LIMPA FOSSA fatura mil reais dias, isso só o motorista. O Governo do Darci simplesmente é mais uma ramificações de governos passados. Nada melhora, eles apresentam números, mas nenhuma solução, nenhum caso resolvido.

  4. Dr. Hollywood Responder

    Aos nossos queridos visionários paraenses. A vale aunciou que iria construir uma siderurgica no Para devido à pressão do nosso querido presidente Lula em favor da sua colega Ana Júlia! No mesmo tempo a vale tambem anúnciou a construção de outra siderurgica no Espirito Santo. Tenho certeza que essa do ES sai nos próximos 5 anos, agora essa de Marabá no minimo daqui a uns 20 ou 30 anos! Porque eu digo isso! Vamos aos Fatos!
    Como todos Sabem as siderúrgicas utilizam alguma fonte de energia para alimentar seus fornos que funcionam a temperaturas muito mais altas. O que a vale vai queimar para manter o funcionamento de sua siderúrgica. Energia eletrica não tem! (Tucurui esta saturada) e não adianta dizer que vai construir outra pq o ministro do meio ambiente Carlos Minc ja mandou avisar que na amazonia não vai construir nenhuma hidroelétrica.
    Carvão, nem pensar! Desmatamento e coisa séria hoje em dia.
    Carvão mineral que iria ser importado da Venezuela foi proibido.
    Gás Natural? No Para não existe isso.
    Resumindo. No Espirito Santo tem gás, energia eletrica sobrando e de quebra todo petroleo do pre-sal começa lá, por que vc iria construir uma siderúrgica aqui e não lá ?
    Fora toda questão social, quando a vale começar a construir, vai sem terra, depois indio e depois sem teto, todo mundo vai querer invadir o local.
    Portanto isso aqui não vai pra frente nem tao cedo

Deixe seu comentário

Posts relacionados