Operação Stalker: Polícia Federal prende um no Maranhão e dois em Parauapebas, acusados de roubo cibernético

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Por Eleutério Gomes – de Marabá

Após dois anos de investigações, a Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (20), a Operação Stalker, desenvolvida pelo Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos, na Superintendência da PF, em Belém, tendo à frente o delegado André Ribeiro. Seu objetivo é desarticular uma organização criminosa composta por hackers especializados em fraudar contas bancárias da Caixa Econômica Federal pela Internet. O grupo invadia as contas dos clientes e desviava os valores para contas em nome de laranjas a fim de, posteriormente, sacar e lavar o dinheiro.

Foram cumpridos oito Mandados de Busca e Apreensão, cinco Mandados de Prisão Temporária e cinco Mandados de Condução Coercitiva, expedidos pela 4ª Vara Federal de Belém, especializada em lavagem de dinheiro. Um deles em São Luís (MA) – onde foram apreendidos computadores, mídias, celulares e bens, incluindo um automóvel de luxo – e os demais em Parauapebas. Das pessoas citadas nos mandados de prisão temporária, apenas duas ainda estão foragidas, mas devem ser capturadas nas próximas horas, segundo a PF. Embora a Polícia Federal não tenha divulgado os nomes dos hackers, o Blog apurou que um deles se chama Claudilei Silva Santos.

Coletiva

Durante entrevista coletiva na manhã de hoje, na Delegacia de Polícia Federal de Marabá, os delegados André Ribeiro e Igor Chagas detalharam a operação, lembrando que há muito tempo Parauapebas possui um histórico de ocorrência de fraudes bancárias que são investigadas pela PF.

Os criminosos, segundo o delegado André, obtinham os números de contas dos clientes, consultavam o saldo, para verificar se havia dinheiro disponível, hackeavam essas contas, transferiam para contas de laranjas e sacavam os valores. Até o momento, as investigações apontam que foram furtados R$ 250 mil de correntistas diversos da Caixa Econômica Federal.

O suspeito de São Luís, que fornecia os números das contas aos cúmplices de Parauapebas, foi preso em um jipe Land Rover, um carro de alto padrão e na casa dele foram encontrados vários equipamentos de informática.

“Foi bem satisfatório para nós; conseguimos identificar todos, vários deles confessaram de fato. Tivemos apoio da nossa perícia criminal nas buscas e foram apreendidos mídias e computadores que serão periciados,” detalhou o delegado André, destacando que a operação não pára por aí, pois o polo de Parauapebas é um braço desse tipo de crime cibernético.

PF Hackers (3)

“A PF tem uma ação permanente chamada Operação Tentáculos, que acontece em cooperação com a Caixa, que semanalmente abastece a PF de informações de contas que foram fraudadas em todo o Brasil e, a partir dessas investigações, sempre estamos atuando”, reforçou ele.

A Operação Stalker, frisa o delegado, é uma resposta que a Polícia Federal queria dar para a sociedade, para as pessoas de Parauapebas que têm contas na Caixa e que são vítimas desse grupo.

Ainda conforme a narrativa do delegado André Ribeiro, os criminosos cadastravam celulares em nomes de pessoas que jamais imaginavam que estavam sendo envolvidas em operação criminosa, para utilizar como canal de Internet e poder praticar a fraude de forma mascarada.

Indagado pelo Blog se havia a participação de funcionários da Caixa no golpe, passando informações de clientes, o delegado disse que, em princípio não pode afirmar, mas adiantou que as investigações serão aprofundadas para que a PF verifique se houve esse tipo de colaboração com os criminosos.

Sobre em que tipo de crimes os ladrões virtuais serão atuados, o delegado informou que serão enquadrados nos crimes de formação de organização criminosa e furto mediante fraude.

A grande maioria das contas contra as quais ocorreu a fraude é de clientes de Parauapebas, outras são de correntistas da Caixa em Marabá, Belém, Redenção e do Estado do Maranhão.