Não estranhe caso o prefeito Aurélio Goiano seja afastado pela Justiça dada a quantidade de atos administrativos questionáveis que já emanou. Em apenas cinco meses de governo, ele já fez tudo o que acusou e criticou no passado, quando vereador, inclusive encher a prefeitura de Parauapebas de parentes e aderentes, como se fosse uma extensão de sua casa. E não falta quem, agora, possa meter o dedo nas feridas de Aurélio.

Desta vez, o vereador Sargento Nogueira (Avante), ex-aliado do prefeito e do mesmo partido deste, entrou na Justiça para pedir anulação da nomeação de diversos parentes de Aurélio Goiano e sua esposa Beatriz Pereira Barbosa, atual titular da Secretaria Municipal da Mulher (Semmu). Segundo ele, as nomeações são lesivas à moralidade administrativa. 

A ação popular está tramitando na Vara da Fazenda Pública e Execução Fiscal, e o juiz Lauro Fontes Júnior determinou que Nogueira inclua no polo passivo todos os beneficiários diretos dos atos administrativos impugnados, conforme o vereador listou, nome por nome, na petição inicial. Também determinou indicar dados mínimos (nome completo, CPF, endereço) de cada um dos parentes do prefeito e da primeira-dama empregados na prefeitura para viabilizar a citação. 

Por fim, o magistrado sugeriu ao autor da ação popular adequar, se necessário, o valor da causa e o rol de pedidos, em razão da ampliação do polo passivo. Nogueira tem até a próxima terça-feira (10) para fazer as alterações.

Castelo de areia da CLC

O vereador Sargento Nogueira não brinca em serviço. Assumidamente opositor dos cambalachos do prefeito Aurélio Goiano, ele sempre usa a tribuna da Câmara para expor malfeitos e improbidades cometidas pelo governo daquele que vendeu ilusões à população quando era vereador e candidato a prefeito.

Há duas semanas, Nogueira expôs uma lista de servidores comissionados forasteiros que estariam alojados na Central de Licitações e Contratos (CLC), apadrinhados por um ex-prefeito do sul do Pará com muita “influência intelectual” junto a Aurélio Goiano. Dez dias depois, temendo complicações na Justiça, o prefeito promoveu exoneraço dos servidores. O castelo de areia da CLC, que ainda não mostrou a que veio no governo de Goiano, ruiu.

O apego de Goiano por pessoas e coisas de fora da Capital do Minério é gritante. Basta ver nas centenas de milhões em contratos firmados com empresas forasteiras, muitas das quais sem capacidade operacional para prestar serviços em âmbito local e que, ainda assim, estão carregando o dinheiro do município, enquanto a prefeitura patrocina uma verdadeira quebradeira no comércio local. Essa é a marca da reconstrução de Parauapebas, tão alardeada pelo prefeito Aurélio Goiano e sua trupe.