MPPA rebate declarações de Jean Carlos sobre Operação Locus em Canaã dos Carajás

Ministério Público enfatiza que não tem preferência por partidos e candidatos, reafirmando que a operação investiga crimes praticados entre 2014 e 2018

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O Ministério Público do Estado do Pará encaminhou uma nota ao Blog do Zé Dudu onde rebate as declarações do ex-presidente da Câmara Municipal e atual candidato a prefeito de Canaã dos Carajás, Jean Carlos. Ele é um dos investigados na Operação Locus, que apura suposta fraude em licitações na contratação de uma empresa de locação de veículos, realizadas pela Câmara de Vereadores entre 2016 e 2018, que podem ter lesado o erário público em mais de R$ 7 milhões.

Na última sexta-feira (25), os agentes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI) e do Núcleo de Combate à Improbidade e à Corrupção (NCIC), juntamente com promotores de justiça de Canaã dos Carajás e Parauapebas, cumpriram medidas cautelares de busca e apreensão deferidas pela Vara de Combate ao Crime Organizado na Câmara Municipal, na sede da empresa e nas residências dos envolvidos.

Após a ação do MPPA, em um vídeo divulgado nas redes sociais, intitulado “Nota de Esclarecimento”, Jean Carlos fala sobre a operação da Gaeco, diz que a ação não tem nada a ver com ele e que o contrato foi feito por outro ex-presidente. “Fui presidente da Câmara nos anos de 2015 e 2016, neste período o contrato já estava vigente, com todos os pareceres do jurídico e do controle interno, e não havia naquele momento nenhuma denuncia de irregularidade,” argumentou.

“Nota de Esclarecimento”, vídeo divulgado por Jean Carlos em redes sociais

Em outro trecho do vídeo, Jean coloca em dúvida a motivação da Operação Locus. “É muito estranho que só agora a operação ocorra, depois de tanto tempo, justamente às vésperas do início da campanha eleitoral,” diz ele.

Em nota, o MPPA ressalta que a “atuação do Ministério Público é técnica e pautada pelo devido processo legal, sempre nos estritos limites da lei e da Constituição Federal”. O órgão frisa ainda que “não tem preferências por partidos e candidatos, sendo uma instituição independente voltada ao interesse público e à defesa da sociedade”. E finaliza destacando que “nenhum órgão de imprensa ou partido político recebeu informação privilegiada sobre a execução das medidas cautelares, que foram realizadas com a polidez devida”.

Veja a nota na íntegra:

NOTA MPPA

A investigação tramita em segredo de justiça.

A atuação do Ministério Público é técnica e pautada pelo devido processo legal, sempre nos estritos limites da lei e da Constituição Federal.

O Ministério Público não tem preferências por partidos e candidatos, sendo uma instituição independente voltada ao interesse público e à defesa da sociedade.

A operação “locus” envolve ilicitudes praticadas entre 2014 e 2018 e atinge agentes públicos de partidos e ideologias diversas. Nenhum órgão de imprensa ou partido político recebeu informação privilegiada sobre a execução das medidas cautelares, que foram realizadas com a polidez devida.Assessoria de Comunicação