Melhores e piores cargos para se empregar em Parauapebas em 2021

Capital do Minério entupiu de vagas na construção civil, com salários mais baixos, e assiste à demissão discreta, lenta e progressiva de mão de obra especializada e com salários mais altos.

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O ano de 2021 está indo embora, e é possível dizer que foi de farta colheita no mercado de trabalho de Parauapebas, que vive seu auge de geração de postos de trabalho temporários com carteira assinada, sobretudo na construção civil. Às vésperas da divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de novembro pelo Ministério do Trabalho, o Blog do Zé Dudu resolveu fazer uma espécie de retrospectiva do ano para o mercado de trabalho, levando em consideração os “melhores” e “piores” cargos para se empregar na Capital do Minério.

Antes de tudo, é preciso dizer que a construção é o setor que mais abriu oportunidades formais este ano. Entre admissões e desligamentos, o saldo para o setor de janeiro a outubro foi de 2.840 novos empregos. É como se Parauapebas tivesse empregado, por exemplo, uma quantidade de pedreiros, serventes, carpinteiros e mestres de obras suficiente para erguer uma cidade do tamanho de Bannach. O setor de serviços, com 1.753 postos, também gerou volume expressivo de oportunidades.

Mas é a mineração o setor que paga os maiores salários médios aos recém-contratados: R$ 3.890,63. De acordo com os dados do Caged, a média elevada se dá em razão da baixa quantidade de saldo de trabalhadores em dez meses, apenas 105. Um trabalhador das minas de Carajás recebe praticamente o triplo de quem trabalha no comércio de Parauapebas, cuja média de remuneração para o setor é de R$ 1.323,11.

Os empregados da mineradora multinacional Vale e subsidiárias só ficam atrás, em termos de salários, para os servidores públicos municipais, principalmente os concursados da Prefeitura de Parauapebas e da Câmara de Vereadores, que ostentam médias na faixa de R$ 5 mil — embora um procurador de férias possa facilmente ver R$ 50 mil líquidos no contracheque. Enquanto um engenheiro na Vale fatura cerca de R$ 7 mil líquidos, na prefeitura ele não vê menos que R$ 9,6 mil na conta mensalmente se for temporário ou R$ 10,3 mil se for efetivo.

Os servidores públicos, contudo, não entram nos dados do Caged, que só computam vínculos trabalhistas com registro em carteira. Na administração pública municipal, os servidores, sejam eles concursados ou contratados, são regidos por regime jurídico exclusivo. Agora, confira quais cargos triunfaram ou afundaram em 2021 no mercado de trabalho local!

MELHORES PARA EMPREGO (VAGAS PREENCHIDAS / SALÁRIO NA ADMISSÃO)

1º Servente de obras — 604 / R$ 1.709,60

2º Faxineiro — 294 / R$ 1.089,52

3º Pedreiro — 202 / R$ 1.483,85

4º Auxiliar de escritório — 188 / R$ 1.183,77

5º Bombeiro civil — 170 / R$ 1.602,19

PIORES PARA EMPREGO (TOTAL DE DESLIGAMENTOS / SALÁRIO NA DEMISSÃO)

1º Auxiliar de conservação de vias — -77 / R$ 1.055,00

2º Professor de escola particular — -32 / R$ 3.098,61

3º Operador de máquinas de vias — -26 / R$ 1.851,25

4º Técnico de planejamento de manutenção — -23 / R$ 4.688,94

5º Mecânico de manutenção de máquinas — -22 / R$ 1.517,08

Enquanto o melhor cargo do ano para empregos, o de servente de obras, contribuiu com a adição de R$ 1,033 milhão em massa salarial mensal, a profissão de técnico de planejamento de manutenção, com suas apenas 23 demissões a mais que contratações, foi responsável pela baixa de R$ 107,8 mil em massa salarial, impacto considerável devido ao valor médio de remuneração dos trabalhadores (na casa dos R$ 4.689).

Os dados do Caged apontam para uma espécie de “renovação” no mercado de trabalho, principalmente nas minas de Carajás, onde profissionais aparentemente mais experientes e com salários mais elevados estão sendo substituídos por mão de obra com remuneração consideravelmente menor. No médio prazo, isso afetará o conjunto da massa salarial, tendo em vista que um de seus efeitos práticos é sentido no comércio, com a diminuição do poder de compra do trabalhador.