Marabá realiza consulta pública para decidir se agentes de trânsito podem usar armas não letais

Alegando que ficam vulneráveis no trânsito, agentes poderão usar pistola de choque, algemas, cassetete e ainda gás lacrimogêneo. Muitos populares discordam

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A Câmara Municipal de Marabá iniciou na segunda-feira, dia 8 de abril, uma consulta pública para a população opine sobre o Projeto de Lei (PL) nº 4/2024, encaminhado pelo Poder Executivo, que trata sobre o emprego de instrumentos de menor potencial ofensivo e de defesa pessoal pelos agentes de fiscalização de trânsito e transporte do Departamento Municipal de Trânsito de Marabá (DMTU). A consulta ficará disponível até o dia 19 de abril.

O projeto chegou ao plenário no mês de fevereiro e tramitou pela Comissão de Justiça e Legislação. Antes do parecer ser votado em plenário, o vereador Ilker Moraes (MDB) pediu vistas do texto, e então sugeriu a realização de uma consulta pública para saber a opinião da comunidade sobre a proposta, considerada polêmica em algumas cidades.

Caso aprovada, os agentes de trânsito ligados ao DMTU poderão fazer uso de quatro itens quando estiverem em operação na cidade e algum cidadão se alterar contra o trabalho que estiverem realizando: Dispositivos Elétricos Incapacitantes (DEI), também denominados popularmente de pistola de choque; algemas, tonfa antitumulto ou bastão retrátil, que nada mais é do que cassetete; e ainda agentes químicos (lacrimogêneo, pimenta ou similares), pelos meios de dissipação líquido, aerosol, espuma e gel.

Mas esses produtos só poderão ser adquiridos e usados pelos agentes se houver autorização expressa da Câmara Municipal de Marabá. Segundo o projeto, caso aprovado pelo Poder Legislativo, competirá ao diretor do DMTU conceder cautela fixa e/ou diária dos instrumentos de menor potencial ofensivo, observada a justificativa e necessidade da ordem de serviço.

A cautela fixa implica na concessão do instrumento de menor potencial ofensivo a um único agente de trânsito de fiscalização de transporte, que se responsabilizará pelo seu uso e guarda mediante termo de cautela, respondendo administrativa, civil e criminalmente pelo ato ilícito que cometer. A cautela diária implica na concessão e devolução diária do equipamento, que compreenderá o período entre a assunção do serviço e seu término.

A cautela para uso do bastão retrátil e algemas será fixa e o diretor do DMTU poderá a qualquer tempo revogá-la e determinar a apuração de conduta dos agentes de fiscalização de trânsito e transporte, caso haja alguma denúncia de má utilização.

“As descargas elétricas devem ser aplicadas apenas para dominar, conter ou quebrar a resistência imposta por autor de infração penal, devendo cessá-las tão logo isso aconteça, sob pena de responsabilização administrativa, civil e penal do agente que utilizar indevidamente o dispositivo eletro incapacitante,” diz trecho da lei que está na Câmara para análise.

O PL foi elaborado pela Procuradoria do Município e aprovado pelo prefeito Tião Miranda depois que agentes do DMTU relataram, repetidamente, agressões sofridas por infratores de trânsito que não aceitam as sanções recebidas em situações do dia a dia.

Os marabaenses podem opinar no seguinte link:

2 comentários em “Marabá realiza consulta pública para decidir se agentes de trânsito podem usar armas não letais

  1. Cleverton Rezende Responder

    Isso nunca foi necessário, absurdo consulta pública para da proteção aos seus agentes? É só pedir autorização de compra e fazer a compra existe lei FEDERAL com essa previsão, estão brincando de fazer gestão de trânsito.

  2. Maicon Alexandre Buss Responder

    Isso é um abuso, sou GMT MAICON de Blumenau SC, 27 ANOS no cargo. Perguntar a população é ridículo, não tem cabimento. Quem já foi autuado e sofreu as consequências das barbaridades que comentem no trânsito vão votar contra. A lei federal determina e o Prefeito que avalie a segurança nas abordagens. Querendo colocar a população entre o Prefeito e os Agentes de Trânsito. Abusados

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