“Esse momento é histórico porque a Uepa precisa ser mais preta”

Disse o vice-diretor do Centro de Ciências Sociais e Educação, Frederico Bicalho, durante aprovação de cotas étnico-raciais para o vestibular de 2022

Continua depois da publicidade

“Um dia histórico”. Essa foi a definição de quem participou da Reunião Ordinária do Conselho Universitário que aprovou as cotas étnico-raciais para o ingresso nos cursos de graduação da Universidade do Estado do Pará (Uepa) nesta quarta-feira (22). A resolução se constitui na ampliação das políticas de acesso ao ensino superior, por meio de instrumento de inclusão e promoção dos valores democráticos, de respeito à diferença e à diversidade socioeconômica e étnico-racial.

Ilma Pastana, vice-reitora da Uepa, se emocionou ao parafrasear o cantor Belchior e entoar “Ano passado eu morri, mas a partir dessa data eu não morro”. Seguida de aplausos dos conselheiros e convidados, ela continuou: “Nós somos universidade, nós somos ciência. Essa proposta, para chegar até aqui foi muita luta e muito estudo. Vários coletivos se juntaram para fazer essa proposta”. 

Arielly Jorge, militante do Coletivo Juntas e coordenadora de Combate às Opressões do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Uepa, também pediu para que uma exceção fosse aberta e ela falasse como uma representação da comunidade externa. Ela destacou a importância da resolução: “A aprovação das cotas étnico-raciais tem esse sentido de fazer com que pessoas que por muito tempo tiveram as suas palavras, suas vagas e suas ações subalternizadas possam ter a oportunidade de entrar nessa universidade”.

O vice-diretor do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), Frederico Bicalho, ressaltou a importância da representatividade. “A Uepa precisa ser mais preta – esse momento é histórico porque a Uepa precisa ser mais preta. Esse é um momento de inclusão,” declarou, sem esconder a felicidade pela aprovação.

“As cotas são instrumentos de políticas afirmativas que fazem com que a gente tenha uma universalidade de acesso mais democrática e inclusiva de fato. A Universidade, com a aprovação das cotas, dá passos largos para que a gente possa, cada vez mais, torná-la mais inclusiva. Uma universidade, de fato, que atenda as demandas do estado a partir das suas demandas étnico-raciais,” disse o reitor da Uepa, professor Clay Chagas.

As novas medidas devem vigorar a partir do Processo Seletivo 2023 da instituição.