Contratada da Vale em Marabá, Camargo Correa é criticada por desprezar mão de obra local

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Por Paulo Costa – de Marabá

Preocupado com informações obtidas junto a empresários locais de que a Camargo Corrêa, empresa contratada pela Vale para efetuar a duplicação da Estrada de Ferro Carajás no perímetro que compreende o município de Marabá, estaria subsidiando serviços para comerciantes e empresários de outras localidades, preterindo os locais, o vereador Antônio Araújo (PR) ingressou na sessão ordinária na Câmara Municipal de Marabá esta semana, com um pedido para que seja marcada uma audiência pública com a Vale e a Camargo Corrêa para se debater os moldes do empreendimento, e disse ser primordial que seja dada prioridade ao comércio marabaense. “Nossa taxa de desemprego já é alta, e o nosso comércio precisa desse incentivo”, disse o vereador.

Para ilustrar o assunto, Araújo passou alguns slides sobre uma matéria do jornalista Lúcio Flávio Pinto sobre a atuação da empresa na região, em que são apresentados os números lucrativos da Vale e seu crescimento, apontando para que até 2017 o Estado do Pará seja o maior extrativista de minério do País, superando Minas Gerais. Com isso, a Vale será a maior comercializadora intercontinental do produto. “A previsão é de que em 40 anos tenhamos apenas uma cratera de lembrança do que um dia foi a maior mina a céu aberto, e o que ficará para a comunidade?”, indagou, revelando ainda que obteve informação de que a Camargo Corrêa vem contratando empresa de fora para realizar medicina do trabalho, e pediu que as empresas locais sejam prestigiadas.

Muito ligada no que tange a forma de atuação da Vale e o tratamento da mineradora com a região e, principalmente, com Marabá, a vereadora Antônia Albuquerque, a Toinha do PT, disse que a Vale tem uma relação altamente discriminatória com o sul e sudeste paraense, bem diferente do que ocorre com Minas Gerais. “É uma pena que sejamos tão pacíficos. Conversei com alguns empresários para partirmos para a ocupação, mas os empresários têm uma relação muito próxima com a empresa, e não senti apoio na época”, finalizou Toinha.

Por sua vez, a vereadora Vanda Américo disse que esse requerimento vem no momento certo e pediu, também, para que seja convocada para essa reunião a direção do Sine (Sistema Nacional de Emprego). De acordo com a vereadora, está havendo denúncias nas redes sociais e blogs sobre uma negociação de vagas com algumas empresas para favorecimento pessoal. “Temos notícia de que se estava vendendo vagas no Sine. Essa audiência tem que ter a participação do Sine para esclarecermos essa situação”, ressaltou.

Camargo Corrêa

Por meio de nota emitida pela sua Assessoria de Imprensa, a Camargo Corrêa esclarece que somente contrata profissionais para as obras que executa por meio do SINE (Sistema Nacional de Empregos) e sempre prioriza contratação de mão de obra local, como parte de sua política de fortalecimento das comunidades onde está inserida. “Em Marabá, aproximadamente 75% da mão de obra contratada pela Construtora Camargo Corrêa é do próprio município”, afirma a nota enviada pela assessoria.

A Camargo Corrêa informou ainda que fez um levantamento visitando com uma equipe médica multidisciplinar várias clinicas de medicina ocupacional da região, e levantou as que teriam capacidade de atendimento de grandes demandas, estrutura física e capacidade técnica. Deste levantamento, foram qualificados até o momento apenas três empresas de cinco avaliadas. As três foram contratadas. Uma delas é a MTA, que iniciou contrato em São Luís (MA) e possui filial em Marabá com mão de obra local. As outras duas contratadas são originárias de Marabá.

16 comentários em “Contratada da Vale em Marabá, Camargo Correa é criticada por desprezar mão de obra local

  1. Ricardo Correa Responder

    Nenhuma empresa é santa, mas vocês já pararam pra pensar no que seria e no que será de Parauapebas sem a Vale? É injusto jogar pra cima de qualquer empresa uma responsabilidade que é dos cidadãos de cobrar melhorias, de cobrar um fundo que garanta investimentos para quando o minério se extinguir, para cobrar os nossos direitos. Cadê a bancada municipal e os deputados da região? Cadê os movimentos sindicais e populares? Cadê os estudantes? Ficam só nessa choradeira e na hora do pega pra capar ninguém surge com PROPOSTA DECENTE E VIÁVEL, só aparece oportunista ou sonhador. A gente quer é “pé no chão”, plano de ação, coisa que seja viável de fazer e fazer já!

  2. Jamila Responder

    O velho golpe; O livro cabeceira “a arte da guerra”, e só pegar o histórico, não Vale, e esse sistema de troca de gerente de contrato a curto e médio prazo, mas o sistema é o mesmo desumano cruel.

  3. Fabiano Rodrigues Responder

    Acho que os economistas que assessoram essas associações comerciais deviam pensar nisso e pensar soluções para amenizar esses danos quase inevitáveis nos dias de hoje. Se eles não sabem disso deveriam ir ao banheiro e pedir pra sair.

  4. Fabiano Rodrigues Responder

    Meus caros desde os anos 1970 vivemos a radicalização do neoliberalismo e isso as empresas querem é ganhar mais ou seja vão sempre buscar aquilo que for sempre mais vantajoso pra elas lucrarem mais. Acordem essa coisa de região de fronteira de protecionismo no capitalismo contemporâneo faz tempo que esses grandes grupos econômicos não respeitam.

  5. A história se repete ! Responder

    A falta da mão.de obra qualificada é um problema que atinge todo o pais isto é uma estratégica rasteira e preconceituosa com. os brasileiros no Pará !

  6. A história se repete ! Responder

    Incompetência dos empresários locais ou esperteza da VALE ignorando a situação !

  7. Anônimo Responder

    Zedudu, na reunião de quinta feira na Acip a Camargo veio com a conversa que as empresas da região não estão habilitadas a atender sua demanda, esse papo é o de sempre, na hora que as empresas de fora começar a pisar na bola, ai eles vem querendo contratar um aqui e outro ali, dai um tempo a Vale começar a reter medição igual fez com a Dservice ai fica os canos na cidade igual nosso amigo locador de ônibus para Dservice. Gostaria de ver o seu parecer desta reunião, sua contribuição foi muito oportuna e até mesmo o discurso de nosso caro Major que mesmo não sendo bom no português falou tudo que os presentes da Vale precisavam ouvir. Os geradores de emprego e renda de Parauapebas presentes nesta reunião estão cansados de ser reféns da predação sem escrúpulos desta empresa que quer tirar a riqueza de nós brasileiros e levar para seus acionistas estrangeiros.

    • Pedro Responder

      Meu caro anônimo, que nem coragem de se identificar tem,,, Esse seu papo também é antigo e desempre, ora, se a empresa não paga a primeira conta, por que você(s) continua(m) vendendo?? Assim até eu, vender, vender e vender e depois cobrar da Vale…. É fácil, né??

      • Anônimo Responder

        Meu caro Pedro, vc se identificou? Quantos Pedros, Marias, joão, Sebastião… tem morando em Parauapebas ? O problema esta muito longe de ser este citado por você, (continuar vendendo) a Vale é responsável sim, por essa situação toda, esse negocio de segurar medição deveria ser crime. Se a empresa não esta atendendo, paga o que já foi feito e cancela o contrato. Não conheço ninguém dessa Dservice mas te falo com certeza, se eles estivessem ganhando aquilo que planejaram não teria fugido e deixado seus fornecedores nesta situação.

  8. S.M.L Responder

    Ze Dudu,

    É com grande indignação que me reporto á vc, sabemos que nossa região não dispõe de mão de obra qualificada, mas, este problema já deveria ter sido tratado de maneira simples e eficaz, os projetos de desenvolvimento e qualificação já deveriam ter sido instalados, pois o desenvolvimento, já havia sido traçado, pensaram nos lucros, mas não no desenvolvimento do cidadão.
    Em um curto período não teremos nada além de buracos á Céu aberto… Vivenciamos a história anteriormente traçada por nossos ancestrais serem contadas embaladas por trem e navios transatlântico, enfim nossas riquezas com conivência de nossos governantes que são extraídas e levadas sob nossos narizes.
    É inadmissível que a Vale com tamanho poder, não se envolva nesta destruição a curto prazo.
    Nada foi criado nestes 20 anos ou mais de exploração em benefício do município e ou da população de maneira geral.
    Em MG temos a Usiminas e mais umas centenas de empresas que desenvolvem o estado.
    Aqui temos uma linha de trem de mão dupla para findar-se o quanto antes nossas reservas…
    A Vale junto com o Governo Federal, tem a obrigação de gerenciar os recursos aqui destinados, como também fazer presente no desenvolvimento, somos proprietários da 2ª maior receita do Brasil e o que vemos é uma corja de incompetentes metidos a benfeitores ou de preocupados, quando na grande verdade nada se vê ou se presencia, a não ser o esgoto a céu aberto, uma saúde precária e uma Educação de 5ª categoria…
    Zé, ontem vc esteve presente como eu os demais empresários e alguns políticos vestidos de cordeiros.
    Não sei zé se vc percebeu no discuso de mais de uma hora, “Temos uma população de mais de 240mil e estamos fazendo isto e estamos contratando e estamos estudando e já vamos fazer e isto esta sendo feito projeto ou aquilo será feito… Mentira atrás de mentira. A grande verdade é que 8 meses já se passaram e o que de fato esta sendo feito é a conclusão das obras deixadas pela gestão anterior. As empresas que fecharam contratos vc pode examinar a fundo que são os que bancaram a política.
    A grande e triste verdade Zé, é que serão 3 anos e quatro meses que iremos assistir o pior senário de uma cidade largada ao descaso.
    Zé, ontem eu percebi que somente a Andrade esta com boas intensões, eles se mostraram mais preparados para a reunião do que a outra. E também percebi Zé, que a Vale não se envolve de forma alguma nos interesses que tangem ao município, isto é bastante claro. Em oito anos que resido nesta cidade, posso afirmar com veemência que o único interesse real desta companhia é com seu crescimento e os dos políticos com seus bens!!!
    O mais triste Zé, é que realmente não temos opção, pois estamos sendo representado atualmente por uma pessoa que foi elegido por votos de revolta e os demais são despreparados para impulsionar a máquina no sentido certo.
    Iremos assistir a um desastre de administração coordenada por um incompetente, despreparado e ilusionista e no que tange a lei, sua conivência desprezível.
    Zé, que Deus nos abençoe e também ao nossos filhos, neste eu sei que posso confiar!!

    • Pedro Responder

      Caramba, depois de tanta choradeira,,,, Só resta ao sr. S.M.L pegar sua troxa, ou melhor, o Trem e ir embora daqui,,, Quanto pessimismo!!!

      • S.M.L Responder

        Senhor Político “predo” ou “Vale” “predo” ou Burocrata “predo”, pelo visto seus interesses já foram todos atendidos ou negociados!!!
        Para seu conhecimento, o que eu possuo graças a esta cidade e minha competência eu não dependo do Sr, da Vale diretamente e nem da prefeitura.
        O que eu já possuo dá para eu vender tudo e viver muito bem lá fora.
        Apenas penso nos demais coisa que o Sr. não esta nem aí!!

    • Ana Maria Mendes Responder

      E lembrando que o sine na época da ALPA contratou e ainda implantou um programa que qualificou mais de 10 mil pessoas eu fui Aluna e estou trabalhando foi na administração passada da prof luana. Entaompor que o atual governo nao negocia de novo para qualificar o povo.

  9. Leonardo Responder

    Caro Zé Dudu, coerente seu ponto de vista. Porém devo discordar de alguns pontos. Nós sabemos que a mão de obra na região deixa a desejar em muitos aspectos, entre eles, honestidade, comprometimento, qualidade, etc. Sempre fui contra trazer profissionais de fora, até que um dia senti na pele o quanto sofremos com os ditos profissionais locais. Não quero entrar no mérito cultural, todavia há sim um certo paradigma, ou seja um circulo vicioso por parte da mão de obra,no que diz respeito a os ” seis meses de carteira assinada”, quando este período se completa os funcionário já inicia seu processo ” auto-demissional”, por que tendo ele ” direitos”, seguro desemprego, fgts, etc. já começa a criar problemas para que o empregador o demita, consequentemente fica mais outro período sem trabalhar, e a receber o seguro-desemprego, fato esse que já virou um negócio. O Pará é o estado mais rico em empregabilidade, não existe o fantasma do desemprego como nas grandes capitais, lá o empregado mesmo em dia de greve nos transportes público, pega um taxi e paga, para que não tenha motivo de perder seu emprego. Aqui basta alguém ter uma dor de cabeça logo apresenta um atestado médico. Porém essa postura é da mão de obra que eu chamo de ” sem foco”, de gente que só pensa em direitos e não soma absolutamente nada, como a própria palavra que acredito ser pejorativa, MÃO DE OBRA.

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