Campanha Maio Amarelo quer puxar freio de mão dos acidentes

Para autoridades, fiscalização intensiva diminui até mesmo índice de homicídios, que é de 65 para cada grupo de 100 mil habitantes em Marabá.

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Durante a Sessão Ordinária desta quarta-feira, 2 de maio, representantes da segurança pública em Marabá participaram do lançamento da campanha Maio Amarelo, deslanchada pelo DMTU (Departamento Municipal de Trânsito), em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e Polícia Civil. Durante todo o mês de maio, várias ações serão realizadas na cidade para conscientizar os condutores sobre o risco de acidente e formas de prevenção.

A campanha foi apresentada pelo diretor do DMTU, Jocenilson Silva, o qual lembrou que o símbolo é um laço amarelo usado no peito, representando o movimento internacional de segurança no trânsito. “No Brasil, enfatizou, ocorrem 23 mortes a cada 100 mil habitantes e a meta é reduzir para 11 mortes por 100 mil habitantes”.

Ele destacou que é preciso que a sociedade de Marabá se converta por um transito mais organizado e seguro, que salve vidas. Segundo ele, as ações que vêm sendo desencadeadas no município nos últimos meses conseguiu reduzir em 87% os leitos ocupados por vítima de acidentes de trânsito no Hospital Regional do Sudeste, num trabalho em conjunto dos órgãos de segurança.

Jair Guimarães, secretário de Segurança Institucional de Marabá, pondera que o movimento veio em boa hora, para combater a violência no trânsito. Morrem mais de 62 mil pessoas no trânsito no Brasil. “Em Marabá, temos investindo em equipamentos e fardamento para melhorar a estrutura e capacitação de nossos agentes, para que desempenhem um bom trabalho”, ressaltou.

Guimarães diz que 90% dos acidentes são de responsabilidade de quem dirige o veículo, por isso é importante falar e educar. Ele antecipou que este ano a SMSI vai adquirir uma van para trabalhar com o projeto Cinema Rodoviário, para aliar a fiscalização de trânsito à educação para o trânsito.

Franklin Jorge, chefe de segurança da Policia Rodoviária Federal em Marabá, fez uma proposta de trabalho de operações em conjunto na área de atuação dos dois órgãos fiscalizadores, para que os agentes do DMTU atuem na cidade e a PRF nas BR´s. “A educação vem primeiro, mas a fiscalização tem que vir a reboque. Esse movimento é para tentar diminuir os acidentes e preservar a vida”, ressalta o agente federal.

Coronel Roosevelt Fayal, comandante do 4° Batalhão de Polícia Militar reconheceu que o tema trânsito é muito complexo e envolve diversas variáveis e a PM não está alheia a isso. “Hoje, o crime anda em duas rodas e a grande maioria utiliza uma motocicleta. Temos um olhar firme em relação ao trânsito. A sociedade não deve ficar alheia a esse processo. Sou adepto à polícia comunitária. O modelo de segurança que só age reativamente está ultrapassado”, desabafou.

Segundo o militar, a média de homicídios em Marabá é de 14 por mês. Revela que em janeiro deste ano subiu para 27, mas a partir daí os órgãos de segurança agiram com mais firmeza e em fevereiro foram registrados 10 homicídios, média que permaneceu nos dois meses subsequentes. “Esse é o resultado do trabalho de todos os órgãos de segurança pública. A media nacional de índice de homicídios é 28,9 para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a média de Marabá é de 65 homicídios por 100 mil habitantes”, compara.

A delegada Simone Felinto, nova superintende de Policia Civil do Sudeste, comunga do pensamento do coronel Roosevelt visualizaram a diferença e vitória no trabalho árduo da segurança. “É importante que sejam retiradas de circulação as motocicletas que são usadas em crimes. Os bandidos utilizam veículos de outros para cometerem crimes e, quando há fiscalização e apreensão, os índices de criminalidade e nós preservamos vidas”, sustenta.

O vice-prefeito Tony Cunha, presente à sessão, elogiou o trabalho de fiscalização que vem sendo feito na cidade, embora reconheça que quem trabalha no serviço público sempre sofrerá críticas. “Em Marabá a redução da violência no trânsito tem tido sucesso. Precisamos proteger o bem maior, que é a vida. É preciso ter bom senso, razoabilidade e educação, mas é preciso implementarmos as ações de fiscalização e a própria repressão”, sintetizou.

Os vereadores se manifestaram favoráveis à campanha do Maio Amarelo, mas fizeram concessões em relação à fiscalização que vem sendo feita de forma implacável pela cidade. Pedro Corrêa, presidente da Câmara, enalteceu o trabalho do DMTU e o trabalho de convergência de todos os órgãos de segurança para diminuir os índices de violência no município, conforme os dados apresentados.

Por Ulisses Pompeu