Adolescente denuncia rede de tráfico humano no Pará

Continua depois da publicidade

tráfico humano5Uma adolescente denunciou no Conselho Tutelar de Altamira uma boate localizada em um canteiro de obras  da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no município de Vitória do Xingu, a cerca de 50km de Altamira, onde havia tráfico de seres humanos. A jovem disse que foi mantida em cárcere privado no local, mas conseguiu fugir.

Segundo um conselheiro, um grupo de mulheres foi aliciado em Santa Catarina com a proposta de trabalhar na boate, onde receberiam de R$ 10 mil a R$ 14 mil por semana. A polícia informou que as mulheres já chegaram ao Pará devendo passagem aos traficantes e começaram a fazer programas para quitar a dívida. Como roupa e alimentação no local eram cobrados, assim como todos os demais itens, a dívida crescia sem parar.

Ao chegar ao local, o Conselho Tutelar acompanhado de policiais militares e civis encontraram 14 mulheres que viviam em cárcere privado, todas maiores de idade. Depois da abordagem policial, somente quatro mulheres decidiram deixar o local, as outras 10 preferiram ficar.

O filho do dono da boate e um vigia foram detidos. O proprietário fugiu.  

Nesta quinta (14), o presidente da CPI da Câmara dos Deputados que investiga o tráfico de pessoas no Brasil, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), informou, por meio de nota oficial, que irá pedir a convocação dos dois homens presos durante a operação das polícias Militar e Civil do Pará. No entanto, não há previsão de quando os parlamentares irão ouvi-los.

Incumbida de investigar o tráfico humano no país, a comissão foi criada em fevereiro de 2012. Ao final de seus trabalhos, a comissão deverá sugerir a criação de leis que auxiliem no combate desse crime.