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Quando um presidente de sindicato distorce os fatos para puxar pra si os louros de um acordo homologado pela justiça

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Nos tempos atuais fico quase sempre empedernido quando vejo divulgada nas redes sociais, pelas mãos do atual presidente (Marden Lima), ação positiva do Sinseppar alardeando que o sindicato conseguiu frear, na justiça, essa ou aquela “malvadeza” que o governo municipal estava tramando contra o povo e/ou seus sindicalizados.

O mendacioso Marden essa semana fez publicar no site do sindicato, uma “vitória” do jurídico que comanda contra a terceirização do Hospital Geral de Parauapebas (HGP). Mas, a verdade não é bem essa. Sob o título “SINSEPPAR CONSEGUE NA JUSTIÇA SUSPENSÃO DA TERCEIRIZAÇÃO DO HGP”, Marden puxa pra si a suspensão homologada na justiça pelo juiz Lauro Fontes Júnior. Vejamos:

Preliminarmente, diz a nota do Sinseppar que o juiz do feito havia determinado o chamamento das partes para mediação em razão de “constatação da existência de evidências claras de irregularidades”. Ora, a mesma não condiz com a verdade, pois como não se chegou à fase de produção de provas, resta impossível a constatação de qualquer irregularidade. O certo é que a audiência realizada no dia 26/11, mencionada pelo sindicato, está prevista no art. 334 do Código de Processo Civil e faz parte da tramitação regular de um processo judicial, no qual é comum designação de audiência de conciliação e mediação, independentemente de qualquer análise do mérito do processo.

No que se refere à segunda afirmação inverídica divulgada pelo sindicato o qual relata que “após a demonstração das irregularidades o Sinseppar conseguiu a suspensão do processo de terceirização”, é necessário reparar também a inexatidão desta declaração. Consultando o Termo de Audiência nos autos de nº 08022650-70.2018.8.14.0040, verifiquei que a suspensão do processo pelo prazo de 6 (seis) meses, diferente do que diz o site do Sindicato, decorreu de absoluta voluntariedade do município, cujo acordo foi homologado pelo juiz, e não de qualquer decisão judicial determinando a suspensão da terceirização como noticiado pelo ente sindical.

É papel dos sindicatos zelar pelo bem do seu sindicalizado. Se o presidente Marden Lima acredita que a terceirização prejudica os seus, que entre na justiça, promova discussões, debates, algum método que lapide as opiniões com a finalidade de chegar a um acordo entre as partes. Mas, não venha aqui o presidente usar o site e as redes sociais do sindicato para distorcer os fatos com o simples e único objetivo de colher os louros da glória. Meu respeito ao Sinseppar, que no passado brigou batalhas difíceis que trouxeram ganhos para os sindicalizados, mas é intolerável quando se nota claramente que os sindicalizados estão sendo manipulados por um presidente que tem a política como objetivo. Esses atos do senhor Marden iludem a boa-fé do servidor, que não possui entendimento jurídico dos fatos, e podem trazer grandes perdas a este servidor no futuro. O tempo dirá!