Vereador de Parauapebas quer profissional de saúde feminino em exames com sedação

Dados do Ministério da Saúde revelam que foram realizados em Parauapebas pouco mais de 5 mil procedimentos invasivos em 2022, os quais exigiram que pacientes fossem anestesiados

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Uma medida proposta pelo vereador Zé do Bode pode trazer mais segurança a pacientes que precisam encarar exames que amedrontam qualquer um por serem feitos com anestesia ou sedação total ou parcial. O parlamentar protocolou um projeto de lei para exigir que esse e outros tipos de exame sejam feitos sob a presença de uma profissional de saúde, do sexo feminino, como acompanhante, além do familiar. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

Segundo Zé do Bode, procedimentos que induzem os pacientes à inconsciência – como exames mamários, gástricos, genitais e retais – são comuns e sensíveis, razão pela qual carecem de acompanhamento por uma profissional de saúde. Na visão do parlamentar, os estabelecimentos de saúde precisam garantir esse acompanhamento, sob risco de penalidades administrativas, civis e penais.

O PL tem como ponto de partida o caso estarrecedor do anestesista preso ano passado no Rio de Janeiro por estuprar uma paciente em trabalho de parto, ato bestial amplamente divulgado na mídia nacional e que culminou com a prisão do médico. O flagrante das cenas chocantes só foi possível graças às profissionais mulheres da equipe de enfermagem (técnicas e enfermeiras), que filmaram o médico sem que ele percebesse. Após a divulgação do caso, outros vieram à tona.

“A presença de uma acompanhante é apenas parte do esforço no sentido de garantir atendimento seguro e responsável a pacientes,” explica Zé do Bode, em justificativa que acompanha a minuta do projeto. Ele argumenta que “uma comunicação efetiva entre profissional de saúde e paciente é essencial, a fim de garantir a individualidade e o atendimento às necessidades de quem se submete a procedimentos invasivos, em especial as mulheres”.

5 mil procedimentos em Parauapebas

Para o parlamentar, também é fundamental, em cada serviço, a resposta adequada a comportamentos antiéticos, bem como a ações inseguras e suspeitas. “Essa política promove o respeito à dignidade do paciente e à natureza profissional do procedimento,” destaca, adicionando que a presença de uma profissional de saúde contribui para que o paciente reduza a angústia, a insegurança e a ansiedade frente ao momento de vulnerabilidade e incapacidade de defesa que os procedimentos com sedação impõem.

Dados levantados pelo Blog do Zé Dudu junto ao Ministério da Saúde mostram que, no ano passado, foram realizados em Parauapebas mais de 5 mil procedimentos médicos com sedação – como endoscopias e colonoscopias, além de ressonâncias e tomografias com pacientes sedados – e cujo custo aos cofres públicos foi da ordem de R$ 8,029 milhões.