Vale investe em nova empresa para produção de “cimento verde”

Circlua entra em operação para produzir o cimento para a indústria 5.0
Circlua colocará em breve no mercado o “cimento verde”

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Brasília – A Circlua, nova empresa da Vale S/A, nasceu para fazer diferente do que foi visto até agora quando o assunto é a produção de cimento, já mirando na Indústria 5.0. “Nesse momento, o conceito de circularidade e preocupação com os impactos no meio ambiente devem pautar os negócios daqui para a frente”, diz o release que descreve o conceito da empresa.

E prossegue: “Sabemos que as melhores matérias-primas são as que já temos. Por isso, nosso cimento é produzido com mais de 90% de resíduos minerais, resultando em um produto livre de clínquer, com consumo de energia totalmente renovável e baixas emissões de poluentes. Unimos tecnologia e sustentabilidade a propósito e estamos prontos para a (r)evolução do sistema”.

A produção de cimento é um mercado trilionário. Desde a primeira Revolução Industrial, em 1760, cimento, ferro e maquinários ajudam na construção de grandes pólos e cidades. A economia e a própria sociedade têm o cimento Portland como base, mas os impactos negativos são significativos e a Circlua chega num momento de transformação de um paradigma secular: a forma como se produz o cimento.

Os cimentos Portland têm uma substância conhecida como clínquer, que nada mais é que o resultado da calcinação de calcário a temperaturas extremamente altas. Este processo culmina em poluição atmosférica, devido à emissão de gases poluentes, e tem sido uma das principais causas do efeito estufa em nosso planeta.

“Com um mundo interconectado a todo momento, é preciso desacelerar. Diminuir a poluição, o buraco na camada de ozônio e soluções que pouco se preocupam com o nosso ar, água e o futuro das novas gerações. A palavra de ordem, agora, é sustentabilidade. Para alcançarmos novos resultados, é preciso novas soluções”, é o conceito de trabalho da nova empresa da gigante multinacional brasileira dos minérios.

“A Circlua surge em 2022 por tudo isso. Queremos ajudar o mercado da Construção Civil a zerar sua emissão de gases poluentes, afinal, o clínquer presente nos cimentos convencionais é responsável por mais de 5% das emissões de CO² na atmosfera.

O produto que será fabricado pela caçula da Vale, a Circlua, produzirá o cimento do futuro

“Por isso, produzimos uma matéria-prima ‘clínquer free’, com base no reuso de resíduos de mineração, por meio de um processo que consome 100% de energia renovável. Como o mundo, nossa economia também é circular.”

“Queremos que as áreas glaciais parem de derreter. Queremos que o solo permaneça fértil. Queremos interromper a extinção de animais. Queremos cidades com ar puro. Queremos que as gerações futuras não sofram com os erros do presente”, prossegue o release.

“Atuando desde a base da cadeia, podemos construir o caminho para o net zero e transformar a Terra em um lugar mais sustentável, limpo e harmônico. É por esse propósito que vivemos e não vamos parar até alcançarmos impactos positivos”, diz o release.

O site da Circlua ainda está em construção e em processo de alimentação dos conceitos do novo produto, um “cimento verde”. Não que seja verde na cor, que continua cinza, é “verde” no conceito da filosofia ESG.

Informações como preço, onde comprar o produto etc… Ainda não estão disponíveis, assim como, ainda não foi revelado capacidade de produção da planta industrial e demais informações ao mercado, ou se a empresa será listada na Bolsa de Valores e questionamentos desse tipo. Em breve saberemos.

A Circlua nasce com o DNA do ESG em sua certidão de nascimento

O que é ESG?

O acrônimo ESG, do inglês, Environmental, Social and Governance, refere-se a uma grande tendência e uma necessária resposta das empresas frente aos desafios da sociedade contemporânea. Empresas que estiveram fora do escopo preconizado pela “filosofia” desse conceito ficarão para trás no mercado.

O ESG é uma sigla que diz respeito à integração da geração de valor econômico aliado à preocupação com as questões ambientais, sociais e de governança corporativa, por parte das empresas.

Na prática, é uma forma de mostrar responsabilidade e comprometimento com o mercado que atuam, seus consumidores, fornecedores, colaboradores e seus investidores.

Você já ouviu falar no índice Ambiental, Social e Governança e como essa agenda tem sido cada vez mais relevante na pauta da sociedade, dos conselhos de administração das empresas, na transformação dos negócios e vem influenciando as tomadas de decisões de investidores por todo o mundo?

Pois as três letrinhas (ESG), engloba algo grande, necessário e porque não dizer: essencial para o futuro das organizações como a conhecemos hoje.

Eles são utilizados como critérios para entender se uma empresa possui sustentabilidade empresarial, ampliando a perspectiva de análise do negócio para além das métricas financeiras

Ou seja, busca-se mensurar se a empresa é realmente uma opção viável de investimentos sustentáveis, capazes (e engajados) de gerar impactos positivos financeiros, sociais e ambientais. Esse é o espírito, ao que parece, que define a Circlua.

A incorporação do Environmental, Social and Governance à estratégia e modelo de negócios das organizações reitera a máxima de que propósito e lucro são indissociáveis.

Trata-se de validar que uma empresa tenha consciência sobre o seu papel enquanto empregadora e agente social.

O Ambiental, Social e Governança serve como um balizador para atestar que a organização possui a compreensão da influência que ela exerce, do impacto positivo ou negativo e do valor compartilhado que ela pode gerar por meio dos seus negócios perante todo o seu ecossistema de relacionamento.

Em breve o mercado será abastecido por novas informações sobre os detalhes do “cimento verde” que a Circlua produzirá e colocará nomercado.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.