Vale enfrenta falta de mão de obra qualificada. “ Por falta de mercado, décadas de 80 e 90 não formaram engenheiros”, diz diretora

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Depois da questão ambiental, a falta de mão de obra especializada surge como o segundo maior desafio para execução da carteira de projetos da Vale, afirma Vania Samovilla, diretora-executiva de RH, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia da mineradora. “A compra de equipamento já não é hoje mais tão complicada, mas a procura por mão de obra especializada, com todas as obras que estão acontecendo ao mesmo tempo no Brasil, atiça uma competição muito grande”, diz a executiva. “No sistema Norte, onde está a província mineral de Carajás, a disputa por empregados qualificados se dá com as grandes hidrelétricas”, acrescenta. Essa é mais um desafio para sua diretoria.

Hoje, segundo Vânia, existe uma falta absurda de engenheiros de 40 anos. Esta geração não formou engenheiros, pois nos anos 80 e 90 não havia obras públicas no país e não tinha mercado de trabalho para esses profissionais. “Eu me formei em 1983 [em engenharia] e da minha turma apenas dois foram trabalhar em engenharia. Este é um apagão que pode acontecer, e não é só da Vale. É setorial”, alerta.

A grande dificuldade da gigante da mineração é contratar engenheiro de produção, profissional que trabalha na implantação de projetos, que toma conta da obra. “Ir para Carajás e fazer o Serra Sul [projeto de minério de ferro] não seduz muito. O engenheiro civil, às vezes, prefere trabalhar em uma construtora, pois pensa que lá vai fazer carreira, a uma mineradora, porque acredita que só vai tocar aquele projeto. Mas a Vale tem um pipeline de projetos muito grande e ele poder vir para a Vale e ficar cerca de 20 anos na empresa, inclusive fazer carreira”, diz Vania.

Nesse momento, ela está trabalhando numa política para tentar resolver o problema da mão-de-obra ou pelo menos minimizá-lo. “Estamos trabalhando num plano para ver a questão da mão-de-obra, ter engenheiros para acompanhar nossas obras. A gente tem que ser, em primeiro lugar, competitivos. As construtoras são prestadoras de serviços para nós (Vale). O que a gente quer é que elas também formem equipe para acompanhar projetos”. A ideia de Vania é iniciar o desenvolvimento de cadeia de fornecedores, o que inclui inclusive o incentivo a formação de mão-de-obra. “Trabalhar com um pool de empresas para desenvolver, dentre outros, um programa para desenvolver nas áreas operacionais compromisso de privilegiar a formação de mão-de-obra. Podemos fazer uma parceria com eles de formação de trabalhadores”.

Fonte: Valor Econômico

4 comentários em “Vale enfrenta falta de mão de obra qualificada. “ Por falta de mercado, décadas de 80 e 90 não formaram engenheiros”, diz diretora

  1. LEITOR Responder

    falta de mão de obra qualificada; não entendo! estou a um ano desempregado aqui em parauapebas, sinto-me discriminado por que jah fui um trabalhador da vale, sair em um ultimo insentivo de desligamento voluntario sair para tocar a vida propria,não fui sucedido e hoje pretendo retorno uma segunda chance e sou vetado nessa mesma empresa que prega uma enorme discriminação é o que me paresse, e mão de obra existe sim, o que tem de acabar é com algo interno nas empresas a tal das pechadas, parentescos etc……

  2. vitor Responder

    Dizem que a alternativa seriam os técnicos de nível médio, porém estes são pouco reconhecidos e valorizados,(meros trabalhadores qualificados) eu por exemplo já nem pago mais o registro no Crea!!!!!!!

  3. Nome (obrigatório) Responder

    A VALE SÓ QUER “VENHA A NÓS”. TEM QUE INVESTIR EM QUALIFICAÇÃO DE MÃO DE OBRA. QUANDO “INVESTE” É ATRAIVÉS DO SENAI E OUTROS ÓRGÃOS QUE SÃO MANTIDOS PELO ERÁRIO PÚBLICO.

  4. Senna Responder

    O lucro falou mais alto. Quando a mineradora devia investir em formação de mão-de-obra especializada, não o fez. Faltou visão proativa? Ou, visão estratégica?
    Ao que me parece o problema vai continuar se não houver investimento em cursos de engenharia, ou melhor, criação de uma universidade voltada para o setor na região.
    É importante investir em mão-de-obra técnica em nível médio, melhor será em cursos tecnológicos.

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