A Vale concluiu a montagem dos 109 módulos que vão compor a usina de beneficiamento do projeto de minério de ferro S11D, desenvolvido pela mineradora no sudeste do Pará, De acordo com Alexandre Campanha, diretor de operações do maior projeto da história da Vale, a usina de beneficiamento deve ter sua montagem finalizada na segunda metade do ano que vem. Os testes para colocar o projeto em operação também serão realizados no segundo semestre de 2016.
“A previsão é ter a usina de beneficiamento montada no segundo semestre de 2016, quando começaremos a fazer os testes para entrar em operação”, disse Campanha.
Os módulos foram construídos em um canteiro de obras perto da área urbana de Canaã dos Carajás e estão sendo transportados por uma estrada de 45 quilômetros, construída pela mineradora, até o terreno planejado para a usina, fora da Floresta Nacional de Carajás (Flona).
A construção dos módulos da usina do S11D fora do terreno onde a unidade será montada foi uma das inovações do projeto. Essa técnica foi copiada da indústria do petróleo e, no caso do S11D, permitiu à Vale avançar nos trabalhos enquanto a empresa não recebia a licença de instalação do Ibama, o que aconteceu em 2013. A construção da usina em módulos também reduziu o impacto do projeto nas proximidades da Flona.
Os módulos, com peso variável entre 50 toneladas e 1,3 mil toneladas, são transportados por um equipamento especial sobre rodas a uma velocidade de três quilômetros por hora, fazendo com que o tempo da viagem dure dois ou três dias.
O S11D foi projetado para produzir 90 milhões de toneladas de minério de ferro a partir do fim do ano que vem. Ao entrar em funcionamento, a usina vai aumentar a produção de forma gradual, o que deve levar 36 meses até o último sistematruckless atingir a capacidade nominal.
O truckless consiste em correias de grande capacidade para transportar o minério da mina, que fica em um platô a 650 metros de altitude, até a usina de beneficiamento, 9,5 quilômetros abaixo, em um declive de 250 metros. Esse sistema, apoiado em pilastras, vai substituir cerca de 100 caminhões fora de estrada.
No total, há quatro linhas de truckless que vão entrar em funcionamento em fases alternadas: haverá duas linhas de correias que vão enviar minério de ferro para a usina de beneficiamento, e outras duas que vão transportar o chamado estéril, produto de menor teor de ferro, para uma área, também fora da floresta, em que irá se formar uma pilha com esse produto.
Segundo Campanha, para cada tonelada de minério de ferro produzido pelo S11D, será preciso tirar, em média, 0,39 tonelada de estéril ao longo da vida útil do projeto.
O S11D prevê também, o beneficiamento a seco do minério de ferro, o que eliminou a necessidade de se construir uma barragem de rejeitos. O beneficiamento a seco é uma tecnologia desenvolvida e adaptada pela Vale ao minério de ferro de Carajás, com base em experiências da Austrália.
Segundo a Vale, o investimento final no S11D deve ser menor do que o esperado inicialmente. A empresa chegou a anunciar investimento de US$ 19,6 bilhões no projeto, mas a desvalorização do real e otimizações devem fazer com que o investimento fique entre US$ 16 bilhões e US$ 17 bilhões.
O projeto possui capacidade de produção de 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, a partir do segundo semestre de 2016.