Última morada dos pioneiros de Parauapebas virou um imenso matagal

Continua depois da publicidade

A palavra cemitério tem origem no grego – koimeterion – e no significado original que dizer dormitório ou quarto de dormir. Em latim cometerium, tem o mesmo significado. Mas, parece que o dormitório ou quarto de dormir dos pioneiros de Parauapebas – o Cemitério Jardim Eterno, no Bairro Rio Verde – não vem recebendo muitos cuidados por parte da prefeitura, por meio da Semurb (Secretaria Municipal de Urbanismo). Foi o que constatou a Reportagem do Blog, no último domingo (14), quando esteve naquele local.

A falta de cuidado foi notada logo na entrada, pois não havia vigilante, vigia ou alguém que cuidasse da integridade do cemitério, de modo que quem quisesse poderia entrar sem ser notado ou perturbado. Não que o ingresso nos chamados campos-santos seja controlado, mas sabe-se que muitos penetram nesses locais para roubar objetos de metal de túmulos, usar drogas e até mesmo para práticas sexuais.

Cemitério (4)

Dentro do cemitério o cenário é de abandono, o matagal toma conta de tudo, deixando indignadas pessoas que têm parentes sepultados ali, como Silmara Araújo Costa, que mora em Parauapebas há 30 anos e tem parentes enterrados no Cemitério Jardim Eterno. “É um descaso para com o local de descanso das almas. A administração deveria dar a manutenção no cemitério periodicamente e transformá-lo em um lugar de constante visitação, já que ali está enterrada a maioria dos fundadores de Parauapebas”, protesta Silmara.

Ouvido pelo Blog, o administrador dos cemitérios de Parauapebas e responsável pelos serviços de roçagem, Juvenal de Lima Freire, afirma que no prazo de 10 a 15 dias o Cemitério Jardim Eterno vai passar por limpeza, dentro de um cronograma que já está em execução. Ele justifica a demora explicando que a equipe de roçagem é pequena e tem sob sua responsabilidade a limpeza de ruas e pátios de delegacias, escolas, postos de saúde, ruas, colégios e também da zona rural.

“Quando começa a chover muito o mato cresce rapidamente, principalmente em cemitério, onde a terra é viçosa”, afirma ele, que, indagado sobre a ausência de vigia no domingo, disse que ali deveria haver um e garantiu verificar o que havia acontecido. Disse, entretanto, que, mesmo com o vigia presente, é impossível evitar que dependentes químicos quebrem o muro para penetrar no cemitério a fim de consumir entorpecentes.

Também procurado pelo Blog, para se manifestar sobre o assunto, o secretário municipal de Urbanismo, Edmar Cruz Lima, disse que o cemitério foi inaugurado em 1981 e deixou de receber enterros em 1999. Afirmou que a prefeitura pretende desativá-lo e transferir as ossadas para o Cemitério Jardim da Saudade, na Rodovia Faruk Salmen, próximo do Bairro Vila Rica. Porém, para isso é necessária a construção de um ossário, “que já está em planejamento”. Ele não soube informar quantos corpos estão sepultados ali e disse que o campo-santo recebe manutenção constante.

1 comentário em “Última morada dos pioneiros de Parauapebas virou um imenso matagal

  1. Roginaldo Responder

    Também quanto a este tema cabe acrescentar sob o aspecto técnico que cemitérios como qualquer obra que altere as características do meio ambiente, afetando assim as condições naturais do solo e das águas neste caso as subterrâneas, são obras que portanto necessitam de obediência de uma série de requisitos, tais quais, Resolução CONAMA 335/2003, Resolução COEMA 110/2013 e também pela Resolução CONAMA 402/2008 estabeleceu um prazo máximo até 2010 para se adequar os cemitérios já existentes (o que não foi até hoje seguido), entre outros instrumentos legais. Portanto temos que considerar neste momento que mesmo já estado a vários anos já sem uso propriamente dito, porém lá ainda é um ponto de ocorrência de contaminação que seja no solo ou na águas através da saponificação (quebra das gorduras corporais e a liberação de ácidos graxos), composto de elevada acidez que caracteriza o retardo na decomposição dos corpos, o tipo de urnas e seus materiais também representa origem de contaminação e ainda no solo os resultados oriundos da decomposição dos corpos que tenham passado por processos de tratamento por meios de emissão de radiação e produtos utilizados para dar maior conservação dos corpos (formol, embalsamento, etc..) que com decorrer do tempo são liberados, citaria um conceito adicional o de NECROCHORUME.

    Doenças relacionadas a cemitérios

    Cito a existência mesmo de estudos que apresentam uma íntima relação quanto ao aspecto ambiental que relacionam riscos de certos tipos de patologias a pessoas moradores de áreas vizinhas de cemitérios, uma doença bastante citada é chamada “Doença do Bebê Azul” que tem relação com consumo de água com elevados teores de Nitrato o que se torna comum em áreas próximas de cemitérios.

    Finalizando seria importante que os Órgãos Municipais ora envolvidos que possam como parte desse processo de total desativação do referido cemitério, isto pela retirada dos ossos e demais resíduos, como caixões e etc, que seja realizado um amplo estudo na referida região, contemplando a análise do aquífero quanto ao abastecimento dos poços lá existentes, bem como a análise do solo, e assim dirimir essas questões e resguardar a população.

    Roginaldo Rebouças Rocha
    Funcionário Público Municipal
    Engenheiro Sanitarista e Civil
    Esp. de Gestão Ambiental
    Esp. em Engenharia Geotécnica

Deixe seu comentário

Posts relacionados