Turismo cresce 8% com receitas de R$ 189,5 bilhões

Segmento consolida recuperação pós-pandemia
Vista aérea do Teatro da Paz, em Belém, capital do estado do Pará, é um dos principais cartões-postais de destino turístico do Norte do Brasil

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Com um dos crescimentos mais expressivos da economia pós-pandemia, o segmento de turismo brasileiro fechou 2023 contabilizando um montante em receitas na casa dos R$ 189,5 bilhões. O valor supera em quase 7,8% o faturamento apurado em 2022 e marca a consolidação da recuperação do setor.

Só em dezembro do ano passado o turismo obteve receita de R$ 18,1 bilhões, valor 1,1% acima do faturamento registrado em dezembro de 2022. Segundo a Federação do Comércio, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), foi o melhor resultado para um único mês desde o início da pandemia, em 2020.

A expectativa, segundo a entidade, é que a melhora nas condições econômicas das famílias brasileiras, via redução na taxa de juros, e os impactos dos programas do governo para estimular o setor tenham efeitos positivos nos próximos meses, mantendo a curva ascendente do turismo.

A FecomercioSP ressalta, no entanto, que o crescimento do setor se deu em meio ao impasse pelo possível fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), pauta que preocupa o setor. A entidade trabalha pela manutenção do Perse, visto que o programa, criado em 2021 para socorrer o segmento de eventos — que trabalha com muitas atividades turísticas — tem papel relevante para o resultado anual.

No desempenho anual, o resultado positivo foi puxado, principalmente, por atividades como locação de meios de transporte, que cresceu 18,3%, agências de veículos sem motorista, além de alojamento, com expansão de 17,4%, e companhias aéreas que, ao crescerem 12,7%, somaram R$ 48 bilhões ao longo do ano, um recorde.

Em 2023, um único segmento que perdeu força foi o de viagens rodoviárias, com diminuição da ordem de 4%. No caso das atividades de alojamento, o dado corrobora a pesquisa do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), que mostrou um aumento de 4% na procura por hospedagens em hotéis pelo País na comparação com 2022.

O tíquete — valor médio gasto por dia pelo turista — também subiu 22,5% ao longo do ano passado, puxando as receitas para cima. O resultado de 2023 deve ser lido considerando ainda que os preços médios do turismo subiram 12% em 12 meses — muito graças à alta expressiva nos preços das passagens aéreas. Essa variação está acima da média nacional, de 4,5%.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.