Sistema FIEPA visita Distrito Industrial de Marabá 

Iniciativa da ACIM garantiu que demandas do setor serão levadas para discussão com o governo do estado

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O vice-presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Pará (Sistema FIEPA), Alex Carvalho, e o executivo de gestão da REDES/FIEPA, Marcel Souza, realizaram visitas técnicas às empresas do Distrito Industrial (DI) de Marabá, sudeste do Pará, nesta quarta-feira (14). Com o objetivo de conhecer a estrutura, os projetos e os desafios enfrentados por elas, a iniciativa teve o apoio do do governo do estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codec), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e da Secretaria Regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará. 

A agenda incluiu as empresas Correias Mercúrio, Siderúrgica Norte Brasil (Sinobras) e Terra Norte, além de uma reunião na sede da Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM) para ouvir as demandas do setor produtivo para o distrito. “A finalidade desta visita, que é fruto de uma iniciativa da ACIM, é estarmos presentes no Distrito Industrial e ouvirmos as demandas acerca daquilo que essa área necessita em termos de melhorias e de que modo o governo do estado possa auxiliar nesse sentido,” explicou o diretor de Estratégia e Relações Institucionais da Codec, Pádua Rodrigues. 

E acrescentou: “Por determinação do nosso governador, o estado aqui está representado pela Codec, Sedeme e Secretaria Regional, e aqui nós registramos tudo o que foi pontuado para darmos os devidos encaminhamentos. No que diz respeito especificamente à Codec, a nossa presença aqui é mais um exemplo da nossa determinação em buscar sempre melhorar e fortalecer a competitividade do Distrito, por designação do presidente Lutfala Bitar”.

O sentimento de colaboração foi ecoado pelo vice-presidente do Sistema FIEPA, Alex Carvalho, que reafirmou a importância do DI, assim como o objetivo da visita: “Estamos aqui em busca de soluções, de convergência e de trilhar caminhos para o desenvolvimento sustentável do nosso estado, da nossa sociedade e das pessoas que vivem no nosso Pará. Nosso compromisso, como entidade representativa do setor produtivo paraense, é contribuir cada vez mais para acelerar esse processo de desenvolvimento em Marabá, um polo industrial importante do nosso estado”.

Fundado há quase quatro décadas, o Distrito Industrial de Marabá conta com diversas empresas em atividade, que atuam nos segmentos da siderurgia, combustíveis, logística, ligas metálicas, máquinas e equipamentos, construção civil, entre outros.  

“Para isso, temos sempre direcionado nossos serviços, por meio do SESI, SENAI, IEL e Redes/FIEPA, no sentido de gerar conhecimento, capacitar mão de obra e disponibilizar todos os recursos necessários para transformar a vida das pessoas e contribuir para a criação de mais emprego, qualificar os existentes, zelar pela saúde, proporcionar cultura e lazer aos trabalhadores, dignificando e melhorando a qualidade de vida dessas pessoas,” Carvalho afirmou ainda. “Além de tudo isso, temos atuado intensamente na constante melhoria do ambiente de negócios, fomentando o empreendedorismo não apenas no município de Marabá, mas sim, toda a região do seu entorno”. 

Encaminhamento

De acordo com o secretário adjunto da Sedeme, Carlos Ledo, a visita foi produtiva e as demandas apresentadas pelo setor serão levadas para discussão do governo. “Realizamos visitas a três empresas, que estão em pleno funcionamento, muito bem estruturadas e gerando emprego, o que nos deixa muito felizes. Agora, as demandas de melhoria apresentadas pelo setor produtivo, representado pela ACIM, serão transformadas em um documento a ser apreciado pelo governo, de forma a darmos um encaminhamento prático a essas questões pertinentes,” explicou.  

João Tatagiba, presidente da ACIM, destacou o propósito da iniciativa, que tem origem na classe empresarial: “As nossas empresas são arrojadas, geram muito emprego e precisam de apoio. A intenção da Associação com essa iniciativa foi trazer alguns entes do governo do estado, Federação das Indústrias, Câmara de Vereadores, para conhecer melhor essas empresas e suas demandas para que todos esses atores possam contribuir para essas melhorias de forma que tenhamos fortalecida a nossa economia”.  

Ampliação

Juntos, os representantes do estado e do setor produtivo tiveram a oportunidade de conhecer a infraestrutura, a capacidade produtiva das empresas e os projetos de expansão dos negócios. A Correias Mercúrio, que atua no ramo de correias transportadoras, por exemplo, está investindo R$ 80 milhões em um projeto de aumento da capacidade produtiva em cerca de 50%, com novas linhas de fabricação de correias, além da ampliação de instalações e infraestrutura.  

A Terra Norte, que produz ferro gusa com uma capacidade de 120 mil toneladas ao ano, considera que a produção de gusa representa apenas o seu início no mercado. Com dois anos de atuação, já é projetada a diversificação das atividades, com o início dos processos de lavagem de minério a seco, produção de gusas especiais, de materiais e peças fundidas, fertilizantes, entre outros projetos. 

Já a Sinobras, que produz aços longos em sua unidade fabril em Marabá, possui atualmente capacidade de produção de até 380 mil toneladas por ano e projeta um aumento dessa capacidade para 850 quilotoneladas, estando atualmente em fase de conclusão das obras que vão duplicar seu potencial de produção. A previsão é para o segundo semestre de 2023.

“O momento foi importante para alinharmos as demandas e necessidades para a expansão da Sinobras e para o Distrito Industrial de Marabá,” afirma Ian Corrêa, vice-presidente de operações do Grupo Aço Cearense, do qual a empresa faz parte. “O investimento que a Sinobras está fazendo trará muitos benefícios, não somente para o Grupo Aço Cearense e para o mercado siderúrgico, mas também para a região e para o país. Esse crescimento é realmente um diferencial e contempla várias fases e muitas mudanças na nossa estrutura. Novas oportunidades de emprego também serão geradas e haverá condições para o desenvolvimento de um Polo Metal Mecânico em Marabá”.

A partir de um investimento de mais de R$ 920 milhões, o projeto compreende a instalação da Laminação 2, com capacidade de produção de 500 mil toneladas/ano de aço laminado em bobina e uma nova subestação e linha de transmissão de 230kV, que tem o objetivo de suprir as novas necessidades de cargas elétricas da produtora de aço e propiciar a utilização de energia da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, da qual é sócia como autoprodutora.

Com a nova laminação, a empresa vai disponibilizar para o mercado nacional novos produtos como o vergalhão em rolo (bobina e spooler). Além disso, haverá a disponibilização de 52 MVA de energia elétrica em Marabá, possibilitando a instalação de outros empreendimentos que necessitem dessa capacidade de energia. Ainda será dado seguimento ao projeto de uma nova aciaria, para a produção de tarugos de aço a partir do ferro gusa, com investimentos de U$ 300 milhões. A implantação está sendo realizada em parceria com a Vale e prevê que o fornecimento da matéria-prima (ferro gusa) para a nova aciaria seja feito pela empresa Tecnored, subsidiária da mineradora. 

Com Informações da Codec