Mesmo tendo confirmado presenças à reunião marcada com os diretores da ACIP, diretores da FIEPA, representantes do poder público municipal, empresários, imprensa e o público em geral, os representantes do Governo Estadual, Dr. Maurílio Monteiro e Valdir Ganzer não se fizeram presentes na reunião onde seriam debatidos projetos de infraestrutura para Parauapebas e região e os reparos na PA-275.

A reunião, mesmo assim, aconteceu na hora e data marcada e teve início com a apresentação feita pelo coordenador do PDF – Programa de Desenvolvimento de Fornecedores, da FIEPA, David Leão, onde foram apresentadas as realidades da crise financeira do setor mineral e indicadas soluções para que a mesma seja minimizada em nossa região.

A mesa diretora dos trabalhos estava composta por José Rinaldo, presidente da ACIP, Antônio Neto, representando a PMP, José Conrado, presidente da FIEPA, Sidnei Rosa, vice presidente da FIEPA, José Carlos Soares, diretor de ferrosos da VALE, Mario Godoy, diretor de cobre da VALE, Sílvia Pazzinato, presidente da Associação Comercial de Canaã dos Carajás, Euzébio Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Parauapebas e Jackson Silva, presidente da OAB –Parauapebas.

Antes que os ocupantes da mesa usassem à palavra o presidente da ACIP, José Reinaldo, na tentativa de justificar a ausência dos representantes do governo do Estado, disse que o representante da PMP, Antônio Neto, havia lhe passado que o Secretário de Estado, André Farias, já havia discutido com o mesmo uma pauta de projetos de infraestrutura para a região e que seria agendada uma reunião onde a ACIP, PMP, VALE, OAB, FIEPA e outras entidades interessadas, organizariam uma agenda de projetos para ser levada à Governadora, e esse documento seria iniciado hoje.

Usando a palavra o presidente da FIEPA, José Conrado, disse que é função da FIEPA articular, com planejamento, a interação dos grandes projetos com as empresas locais associadas, mantendo a relação com os poderes municipais e estaduais. Disse ainda que a FIEPA privilegia as necessidades dos municípios.

José Carlos Soares, diretor de ferrosos da VALE, disse que a empresa está com um programa de redução de custos concomitantemente com um programa de emprego, onde vários funcionários acertaram redução de jornada ou férias coletivas. O diretor de ferrosos disse ainda que a VALE, na região, não sente tanto a crise como em outros locais, dentro e fora do Brasil, salientou que os investimentos da empresa na região não foram esquecidos, alguns apenas foram postergados em seus prazos de início. Disse ainda que a produção de minério de ferro na região será dobrada até 2014.

O presidente da Câmara Municipal de Parauapebas, Euzébio Rodrigues, disse ser salutar tais reuniões que visam o amadurecimento de empresários, associações e políticos. Disse ainda que sempre que for solicitada a sua presença ele não medirá esforços para participar.

A presidente da Associação Comercial de Canaã dos Carajás agradeceu o convite dizendo ser uma ótima oportunidade para aprender.

Marcio Godoy, diretor de cobre da VALE, disse que a diminuição da demanda de cobre na ordem de 20 a 30 por cento, causou um impacto na empresa, e, em tom de brincadeira, salientou que a VALE está na região a algum tempo e que pretende continuar por mais algum tempo, provocando alegria em todos os presentes. Godoy disse que todos os presente tem responsabilidades e que juntos, deveríamos encontrar um caminho para o futuro. Finalizou dizendo que “o momento é difícil, mas de oportunidades”.

Sidnei Rosa, vice presidente da FIEPA, disse que por onde passa só vê todo mundo chorando e perguntou até que ponto vale a pena ficar se descabelando? Disse que a crise não depende de nós, alegando ser um fator internacional a causa da crise. Segundo o diretor da FIEPA, devemos riscar 2009 pois a crise deve ser resolvida pelos países e ai sim voltaremos a crescer em 2010. Segundo Sidnei Rosa, devemos usar esse ano para visitar os parentes, resolver pequenos problemas até que a crise se equacione. Disse que o Pará é um Estado essencialmente exportador e que devido a crise ter afetado vorazmente os nossos maiores compradores, nosso Estado também sofre com a crise. Também apoiou a sentença que devemos nos fortalecer com a união de esforços para buscar a solução dos problemas.

Dr. Jackson Silva, presidente da OAB local, mostrou a falta do Estado em nosso município alegando que essa falta só fortalece a vontade da criação do Estado de Carajás.

Antônio Neto, representando a PMP,  informou que a arrecadação municipal caiu exatos 27,7% nos meses de janeiro e fevereiro, tendo uma ligeira alta no mês de março. Disse que, em média, os municípios brasileiros crescem entre 3,5 e 4,5 pontos percentuais ao ano, e que, em Parauapebas, a demanda social tem crescido 4 vezes esse valor o que provoca um colapso nos serviços públicos municipais. Disse que a hora é de juntar forças, apresentar propostas. Neto adiantou que o governo municipal está preparando um cronograma onde será dada uma satisfação para a população de Parauapebas. Anunciou que os reparos na PA-275 só serão feitos após o mês de junho e que o município está firmando um convênio na ordem de 94 milhões de reais para serem aplicados em saneamento básico em Parauapebas, sem anunciar, por hora, a fonte desses recursos.

Valmir Mariano lembrou que essa crise deve ser tratada de forma séria e que como tudo na vida, passará.

Usaram ainda da palavra os vereadores: Wolner, para reconhecer os graves problemas do município e chamar a atenção pela falta de compromisso do Governo do Estado que impediu seus representantes de participar da reunião. Odilon, para lembrar que é um dos fundadores da ACIP e seu primeiro presidente. Parabenizou a atual diretoria por conseguir reunir gente de gabarito para discutir os problemas do município, alertou a todos que essas reuniões já fazem efeito, comunicando que a CELPA já fez remanejamentos nos investimentos para a região, fruto da reunião com os representantes da CELPA.

Por último o presidente da ACIP, José Reinaldo, agradeceu a presença de todos e disse que essa cobrança que a ACIP vem fazendo aos governos, municipal e estadual, visa melhorar as condições de trabalho de seus associados. Disse que essa cobrança não deve ser tomada como um posicionamento político, contra ou a favor de ninguém e sim como um movimento que buscar estreitar os laços entre o executivo e a ACIP para que juntos possam buscar melhorias para o município e consequentemente para toda a região.