Se não houver preparação, vai faltar mão de obra especializada em Curionópolis

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Os grandes projetos minerais como o de Serra Pelada, Serra Leste e Cristalino (os dois últimos pertencentes a Vale), podem esbarrar em  uma enorme dificuldade no que diz respeito  ao   recrutamento  de mão de obra local para  ao mercado de trabalho que surge no município de Curionópolis no Sul do Pará. No caso da implantação da mina pertencente à SPE – Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, empresa formada pela parceria Coomigasp e Colossus,  pode atrasar o seu cronograma de construção da mina por falta de mão de obra local.  O projeto de Serra Pelada irá abrir  inicialmente cerca de 700 vagas de  empregos.

O problema é a falta de trabalhadores capacitados  com formação técnica  para serem utilizados na frente de trabalho. Essa questão não é apenas um problema pontual  de Curionópolis com seus poucos mais de 13 mil habitantes  e que ostenta um dos  mais baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) entre os 144 municípios do Estado do Pará. O problema é nacional. Os governos no Brasil não priorizam o ensino técnico e a baixa qualidade de ensino  básico dificulta a aprendizagem profissional, sobretudo no Norte do país.

A Vale que já está ha mais tempo na região sudeste paraense já conhece essas deficiências de perto. A maioria de seus profissionais migrou para o Pará. A falta de mão de obra especializada não difere muito de outros estados. No Maranhão, empresa como a  Petrobras resolveu se adiantar na capacitação profissional para os maranhenses. Como forma de inseri-los  na construção da Refinaria Premium com previsão de entrar em operação em 2013.

Essa situação não é apenas uma preocupação das empresas que estão investindo no Maranhão. É também do governo estadual. No inicio de janeiro a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Maranhão e  a Agasp Brasil celebraram convenio e realizaram um programa de reforço escolar em matemática, português e raciocínio lógico durante três meses  voltado para 2.400 jovens filhos e filhas de garimpeiros de Serra Pelada.

O programa da Agasp Brasil  teve o objetivo de preparar esse contingente  ao  exame nacional que será realizado pelo PROMIMP da Petrobras. Se passarem no exame será capacitado pela Petrobras. Em outubro a Agasp fará a segunda etapa do mesmo programa em parceria com o Governo do Maranhão para 5 mil pessoas. As obras da refinaria vão gerar cerca de 150 mil empregos. Dar oportunidade de empregos aos jovens filhos de garimpeiros foi um incentivo do ex-ministro e senador Edison Lobão.

Bem como a Petrobras, Vale e outras empresas, principalmente da área mineral,  a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral  terá que fazer o mesmo em Curionópolis e rápido. O fato é que esse dever de casa  ainda nem foi discutido com profundidade pela SPE e  muito menos pela Prefeitura. Ambos ainda não acordaram para essa realidade. As pessoas que moram no município podem ficar para traz  e fora das mais de 10 mil vagas de empregos que podem ser gerados com os projetos de Serra Pelada, Cristalino e Serra Leste.

É com essa visão de futuro  que a  Agasp Brasil tem defendido  desde muito sempre a realização de um seminário  que possa reunir a sociedade garimpeira da Coomigasp, comunidade de Serra Pelada, Prefeitura  e Câmara Municipal  e que dele possa surgir um programa de reforço escolar e capacitação profissional  com objetivo de preparar mão de obra local. Quem enxerga  a nossa posição de forma diferente é porque tem visão tacanha.

A Agasp Brasil não abrirá mão disso. Vamos nos empenhar para  que essa questão possa ser discutida no próximo dia 27 em conjunto com a  Freddigasp, Abasp,  Amasp, Coomigasp e SPE, além de representantes da prefeitura de Curionópolis.

Essa é uma obrigação de nós todos.  Seria injusto deixar que essas vagas de empregos com o empreendimento de Serra Pelada sejam ocupadas por profissionais capacitados  de outras paragens enquanto a necessitada família garimpeira ficará a margem de um projeto que pelo qual lutou muito. E tenho dito.

Por Toni Duarte

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5 comentários em “Se não houver preparação, vai faltar mão de obra especializada em Curionópolis

    • Zé Dudu Autor do postResponder

      CNA ,
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      Good luck!

  1. minerador Responder

    Por ser formado no estado do Pará defendo minha classe. Temos mão de obra SIM, temos geologos, engenheiros, técnicos e muito mais. CEFET-Pa é referência, tendo um dos melhores cursos técnicos em mineração do País por exemplo.
    Muitos Paraenses estão fora do seu estado por falta de “oportunidade”. No caso de Serra Pelada, acredito que muitos poderiam contribuir, mas buscar em sua maioria mão de obra no maranhão (sem descriminação)? Opa, no estado do maranhão não se forma geologo, nem engenheiro de minas, nem téc. mineração e por aí vai. Será a “corja” trazida por Celaro???

  2. Ney Veloso Responder

    É fato… nossa região é certamente a maior província mineral do planeta, também conhecida pela maior mina de ferro a céu aberto da América (Município de Parauapebas-PA) e a SERRA PELADA (Município de Curionópolis-PA) atualmente explorada através de diversos projetos, dentre eles: SALOBO, MINA DE FERRO, SOSSEGO, SERRA PELADA, etc.
    Boa parte gerenciados pela Mineradora VALE, no entanto, quando se trata de criar politicas publicas voltadas a empregabilidade, assistimos de camarote o descaso das autoridades da região e o descomprometimento dessas empresas, no que se refere a sua responsabilidade social.
    É fato que tais empresas fazem constatemente intermediação de mão de obra, fora dos municípios, estados e até mesmo fora do país (Não existe uma fiscalização eficaz para coibir tal ação). A implantação de projetos de capacitação de pessoas para inserção no mercado de trabalho local ainda é um sonho!!!
    Queremos mais faculdades, escolas técnicas, cursos na área operacional e um ensino de qualidade na região.
    Será que podemos contar com vocês????
    Fica o meu sentimento de indignação e repudio com relação a tal procedimento.

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