“Reconstruímos os pilares econômicos e sociais do país”, diz Rui Costa, em almoço com membros de frente parlamentar

No encontro, na véspera da reunião do Copom, Costa criticou Banco Central
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa ao lado do deputado Joaquim Passarinho, presidente da FPE, em reunião do colegiado nesta terça-feira (20)

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Brasília – Em almoço a convite da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) nesta terça-feira (20), o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo Lula se empenha no que chamou de reconstrução de pilares do Brasil na área econômica e social. “Reconstruímos os pilares econômicos e sociais do país”, disse.

A consequência, disse, seria a melhora de indicadores econômicos, como a queda da inflação, que ficou em 0,23% em maio, o que levou a um valor atualizado de 3,9%, e o aumento do PIB, de 1,9% no 1º trimestre.

“O único elemento que falta para consolidar o crescimento é a queda na taxa Selic. O Banco Central (BC) não está mantendo [a taxa de juros]. Está aumentando todos os meses. Se a inflação está em queda, o que o BC faz ao manter o nominal em 13,75% é aumentar a taxa de juros”, acusou.

“Único elemento que falta para a gente ter um crescimento substantivo é a queda da taxa Selic”, garantiu. “O Banco Central não está mantendo a taxa de juros, o Banco Central está aumentando todos os meses a taxa de juros. Se a inflação cai e a Selic se mantém, o que nós temos a rigor é o aumento da taxa real de juros,”, reafirmou.

Ao citar o último Boletim Focus, do Banco Central, que elevou a projeção do crescimento do PIB do Brasil para este ano de 1,84% para 2,14%, Rui Costa avalia que a uma taxa de juros menor contribuiria para “números de crescimento ainda mais expressivos”.

“Todos esperamos a queda da Selic para que possamos comemorar números de crescimento ainda mais expressivos”, afirmou. “Nada justifica esse patamar de juros”, colocando em xeque a política monetária praticada pelo BC.

A fala do ministro ocorre na véspera da o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para decidir qual será a Selic, taxa básica de juros, para os próximos 45 dias. O número será nesta quarta-feira (21).

Rui Costa repete um discurso de governo, uma vez que o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, responsabiliza nominalmente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, taxado de bolsonarista, ser o responsável no que afirma ser: “A maior taxa de juros do mundo”, embora o presidente do BC seja apenas um dos votos nas reuniões do comitê.

Metas do governo

O ministro enfatizou o compromisso do governo em adotar uma abordagem diferenciada em relação aos gastos públicos e mencionou a intenção de reabilitar todos os contratos de concessão do país.

Para Rui Costa, a meta é votar a reforma tributária no primeiro semestre, buscando promover medidas de crédito, como a queda da taxa Selic.

“Com medidas concretas, como a queda da taxa Selic e o programa Desenrola, buscamos impulsionar o crescimento econômico e proporcionar oportunidades para milhões de pessoas negativadas. Estamos trabalhando para construir um futuro melhor para todos os brasileiros”, declarou Rui Costa aos deputados, senadores, membros da FPE e empresários convidados que vieram de São Paulo para participarem da reunião.

O ministro Rui Costa destacou também as diversas medidas e iniciativas implementadas pelo governo com o objetivo de promover a responsabilidade fiscal e reduzir os custos de produção em setores agrícolas, comerciais e industriais. O chefe da pasta ressaltou a importância dos investimentos em áreas como educação, saúde e programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, aprovado na sua nova versão pelo Congresso Nacional e aguardando a sansão presidencial quando Lula voltar da Europa.

Outra iniciativa mencionada foi o programa “Desenrola”, que visa criar um fundo para refinanciamento de dívidas e acesso a crédito para aproximadamente 30 milhões de pessoas que estão negativadas, mas que ainda não saiu do papel por dificuldades técnicas da plataforma onde será operacionalizado. Na segunda-feira (19), grandes bancos privados anunciaram que aderirão ao programa.

Rui Costa ressaltou a importância de medidas que fortaleçam o poder de compra das famílias, como o aumento do salário mínimo, isenção do Imposto de Renda, programas sociais como o Bolsa Família e a geração de empregos.

“Nosso objetivo é fortalecer o poder de compra das famílias brasileiras, promovendo medidas que visam aumentar a renda disponível e garantir melhores condições de vida. Estamos implementando ações como a isenção do Imposto de Renda, o aumento do salário mínimo e a ampliação do programa Bolsa Família, para que todos tenham a oportunidade de adquirir bens e serviços essenciais. Com um maior poder de compra, buscamos impulsionar a economia, gerando empregos e promovendo o bem-estar social”, declarou.

Ele também atropelou o colega da pasta da Agricultura, Carlos Fávaro, e anunciou o valor do Plano Safra 2023, no valor de R$ 100 bilhões para o financiamento da agricultura familiar e industrial. Costa não detalhou quanto cada área terá. “Será o maior plano safra da história do Brasil para a agricultura familiar e industrial. Algo como R$ 100 bilhões de custeio”, disse o ministro.

O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente a FPE até agosto

A FPE, que promoveu o almoço, é presidida até agosto pelo deputado federal Joaquim Passarinho (PL-PA). Em agosto, o colegiado elege a nova diretoria.

Ao agradecer a presença do ministro de ter aceitado o convite do colegiado, Joaquim Passarinho falou sobre a importância do crescimento das frentes. “O que está se fortalecendo nesse governo são as Frentes Parlamentares”, destacou.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.