Preso em Tucuruí o quarto envolvido nas chacinas de Baião

"Inheco" dava apoio aos irmãos Alan, Glaucimar e Marlon Alves, acusados pela morte de seis pessoas em Baião, em março, último. Uma delas a líder regional do MAB, Dilma Ferreira da Silva

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A Polícia Civil prendeu no sábado (20) Juciel Santos Pinheiro, conhecido como “Inheco”, acusado de dar apoio aos irmãos acusados de matar seis pessoas, no mês passado, na zona rural de Baião, nordeste paraense. Ele foi preso, em Tucuruí, por homens da Superintendência Regional do Lago de Tucuruí e do Núcleo de Apoio à Investigação de Tucuruí.

Segundo o delegado Rommel Souza, o preso mora em uma ilha na localidade conhecida como Timbosal, situada em Novo Repartimento, na região do Lago da Usina Hidroelétrica de Tucuruí. Ele era quem avisava aos irmãos procurados – Alan, Glaucimar e Marlon Alves – sobre a aproximação da polícia naquela região.

Juciel também ficou responsável por guardar na casa dele objetos roubados pelos irmãos. Ele também cuidava da ilha na região do lago de Tucuruí, onde moram os acusados, e por comprar alimentos para os irmãos. O homem foi preso no momento em que tentava fugir em uma rabeta pela região do lago. Na casa de Juciel, os policiais civis apreenderam três espingardas de calibres 20 e 36.

Conforme o delegado, com a prisão de Juciel, quatro pessoas já estão presas, no inquérito que apura as seis mortes: o mandante dos crimes Fernando Ferreira Rosa Filho (fazendeiro); o intermediário dos crimes, Valdenir Farias Lima; um dos executores, Cosme Francisco Alves, e agora a pessoa que dava apoio aos três executores foragidos. Falta prender os três irmãos executores que estão na condição de foragidos.

Relembre os dois casos

Dilma Ferreira da Silva, 45 anos, coordenadora nacional do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens, foi assassinada no dia 21 de março passado, n a casa em que morava havia cinco anos, no Assentamento Salvador Allende, em Baião.

A mulher foi amordaçada e liquidada a facadas, da mesma forma como foram eliminados o marido dela, Claudionor Costa da Silva, 42, e um amigo da família, Hilton Lopes, 38 anos.

Dias antes, Marlete da Silva Oliveira, Raimundo de Jesus Ferreira e Venilson da Silva Santos, que trabalhavam na fazenda de Fernando Rosa Filho, foram assassinados e tiveram os corpos queimados. O motivo seria uma causa trabalhista movida pelos empregados contra o fazendeiro. Os dois crimes – totalizando seis mortes -, segundo investigações da Polícia Civil e depoimento de um dos presos, foram cometidos pelo mesmo grupo, ambos a mando do fazendeiro.  

Por Eleuterio Gomes – de Marabá
(Com informações da Polícia Civil. Imagem: Divulgação)