Preso em Parauapebas homem que torturava e mantinha a mulher em cárcere privado

“Ele podia sair, eu não. Eu tinha medo de morrer, apanhava e sofria ali, calada, tinha medo de morrer, vi a morte na minha frente várias vezes”, disse a vítima à Reportagem do Blog do Zé Dudu

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Encontra-se preso na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, em Parauapebas, Claudivan Alves Rocha, de 53 anos de idade, colono, natural de Aquidabã (SE). Ele foi preso por volta da 0h30 desta terça-feira (24), acusado de tortura, violência doméstica, cárcere privado e ameaça de homicídio. A vítima, cujo nome está sendo preservado, é a companheira dele, da mesma idade, com qual o homem convivia havia apenas quatro meses, no Projeto de Assentamento Itacaiúnas, na zona rural de Marabá, porém mais próximo de Parauapebas, a 65 quilômetros da sede do município.

A mulher contou na Delegacia de Polícia que desde o dia em que foi morar com Claudivan vem sendo vítima de todo tipo de violência aplicada por ele. Disse que, quando sóbrio, o homem é calmo, mas, quando está bêbado, quase diariamente, já chega em casa a maltratando.

“Todas as vezes que ele bebe me espanca e me ameaça de morte, se eu contar a alguém, procurar a polícia ou sair de casa”, relata a mulher, contando que Claudivan “chega doido, diz que está com espírito” e o tempo todo afirma que vai matá-la.

Com queimaduras e hematomas pelo corpo todo, a mulher conta que ele jogou óleo quente nela, lhe bate na cabeça com corrente. lhe dá panadas de facão, e, na noite de ontem, ela conseguiu escapar quando ele se afastou a fim de pegar uma foice para golpear e, consequentemente, matar a mulher.      

A polícia foi até a localidade e o capturou quando ele, bêbado, tentava fugir. “O homem é violento, entrei nesse relacionamento sem saber que é doido, fiquei quatro meses sem poder sair de casa. Ele podia sair, eu não. Eu tinha medo de morrer, apanhava e sofria ali, calada, tinha medo de morrer, vi a morte na minha frente várias vezes”, contou a mulher à Reportagem.

Também ouvido, Claudivan Alves Rocha disse, em sua defesa, que tudo foi resultado de bebedeira. Disse que ele e a mulher estavam bebendo cachaça, quando ela lhe disse que havia ficado com outro homem: “Eu nunca havia batido nela, mas dei umas lapadas, isso é verdade”, confessou, mas voltou a colocar a culpa na cachaça: “Nunca discutimos, nunca brigamos, eu me arrependo muito”, afirmou, negando todas as acusações que a mulher fez contra ele, contando que, inclusive, lavava a roupa, preparava a comida e limpava a casa, deixando-a livre para sair quando quisesse. A ex-companheira é a segunda mulher de Claudivan, que conta ter tido dez filhos com a primeira.

(Caetano Silva)