Prefeituras paraenses vão ratear até o final do ano quase R$ 10 bilhões em Fundeb

Prefeitura de Santarém recebe mais recursos de educação que as de Belém e Ananindeua, e o motivo é que nestas últimas o ensino fundamental é ofertado pelas redes municipal e estadual

Continua depois da publicidade

Com as novas estimativas anuais de receitas do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para este ano, por efeito de portaria conjunta dos ministérios da Educação e da Economia, as 144 prefeituras paraenses vão rachar R$ 9,916 bilhões até o final deste ano. Principal fonte de recurso para custeio da educação pública, o Fundeb vai começar a cair na conta com complementação do chamado Valor Anual por Aluno (VAAF) e do Valor Anual Total por Aluno (VAAT), conforme cálculos da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) obtidos pelo Blog do Zé Dudu.

Tendo por base o total de alunos matriculados na educação pública, o Fundeb varia no estado de R$ 5,131 milhões em Bannach a R$ 415,09 milhões em Santarém. A Pérola do Tapajós recebe mais que Belém, R$ 390,05 milhões, porque, embora a capital tenha quatro vezes mais alunos matriculados nos anos iniciais e finais do ensino fundamental, uma considerável parte dessas matrículas foi absorvida pela rede estadual. Logo, a parte do recurso correspondente ao custeio desses alunos vai para o Governo do Estado, não para a Prefeitura de Belém.

Essa também é a razão pela qual as prefeituras de Marabá (R$ 291 milhões), Breves (R$ 263,62 milhões) e Parauapebas (R$ 262,76 milhões) recebem mais recursos do Fundeb que a Prefeitura de Ananindeua (R$ 253,37 milhões), que toma conta de um número de alunos imensamente maior. É que o ensino fundamental no município metropolitano é ofertado tanto pela rede municipal quanto pela estadual.

Pelos cálculos da CNM, pelo menos 31 prefeituras paraenses vão ter mais de R$ 100 milhões em Fundeb até o final do ano, contando com o que já receberam de janeiro até agora. Em sendo verdade, municípios como São Miguel do Guamá, Gurupá, Porto de Moz, Igarapé-Miri, Viseu, Tomé-Açu, Portel e Acará terão metade ou mais da arrecadação deste ano formada por recursos da educação.

Por outro lado, meia dúzia não vai ajuntar sequer R$ 10 milhões este ano. Além de Bannach, tem arrecadação de Fundeb baixa ― mas conforme a quantidade de alunos da rede pública ― os municípios de Inhangapi (R$ 7,635 milhões), São João da Ponta (R$ 8,344 milhões), Terra Alta (R$ 8,871 milhões), Primavera (R$ 9,448 milhões) e Abel Figueiredo (R$ 9,821 milhões).