Pela primeira vez a Câmara de Parauapebas terá uma disputa sem vencedor definido antecipadamente

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Parauapebas é sem sombra de dúvidas uma cidade politizada. São pouco menos de 150 mil habitantes que vivem a política  no seu dia a dia, do amanhecer para o árduo trabalho, ao anoitecer, em casa ou nos pontos de encontro onde a política é primordialmente o assunto da vez.

Aqui, ser politizado, intrinsecamente não quer dizer fazer a escolha certa. O parauapebense escolhe seu candidato de forma profundamente peculiar, diferente de outras regiões do Brasil. Ele leva em conta o carisma, a habilidade do candidato de se mostrar um dos seus pares e no desejo de cumprir a política assistencialista que o mantenha em evidência sobre o político naquele curto período eleitoral.

Terminada a eleição, proclamados os eleitos, o ser politizado, tal qual cinderela no após a meia-noite, perde o seu encanto.

O politizado parauapebense passa agora a cobrar as promessas e os favores a ele oferecidos. É quando descobre que foi enganado, que o seu valoroso papel de coadjuvante na formação de uma cidade melhor terminou e pra ele, só resta aguardar que esses quatro próximos anos passem de forma rápida.

Hoje, terça-feira (14) será um dia daqueles que politicamente jamais será esquecido e que servirá como divisor de águas para as futuras campanhas políticas em Parauapebas.

Massud, Odilon, Francis, Faisal, Percília, Wolner, Euzébio, Raimundo Vasconcelos, Miquinhas, José Alves e Adelson, os 11 vereadores que compõem a Câmara Municipal de Parauapebas escolherão, em sessão prevista para ter início às 17 horas, o presidente daquela casa para 2011.

Tudo seria muito normal se não houvesse um pequeno detalhe nessa escolha: um pré-acordo acertado entre boa parte dos onze, em 2008, que preconizava a ascensão do vereador Massud ao cargo de presidente em 2011.

Essa premissa de acordar antecipadamente o futuro presidente não foi inventada por essa legislatura, ela vem acontecendo desde o início do município.

Alguns dizem que essa ação foi concebida por Dr. Welney Lopes ainda em 1988 quando o candidato Faisal Salmen se elegeu primeiro prefeito de Parauapebas e, sem tato político para compor coligações que lhe garantissem governabilidade, delegou ao homem forte do recém montado governo essa incumbência. Dizem até que esse encargo se perpetuou até 2004, quando Bel Mesquita entregou o cargo ao petista Darci Lermen e o município de Parauapebas passou a ser gerido por várias batutas, algumas não tão qualificadas para tal. Mas esse é apenas mais um dos fatos políticos históricos de Parauapebas que são atribuídos à Welney. O correto é que de lá pra cá esse estratagema vem sendo usado e dando certo ou não, tornou-se tradição.

Pois bem, 2010 ou a escolha do presidente da CM para 2011 passará para a história política local, pois os vereadores logo mais poderão invalidar essa rotina, elegendo o candidato Euzébio e dando adeus aos pré-acordos naquela casa. Ou ainda manter a tradição e eleger Massud.

Em qualquer uma das hipóteses, acordos como esse não serão mais acolhidos em futuras legislaturas. Ficou claro para todos que esse modelo, se eficaz no passado, hoje não pode ser mantido. Até por falta de um “homem forte” no atual governo que o articule e garanta a sua manutenção sem a exposição dos nobres legisladores.

Conversei pessoalmente com quase todos os vereadores, para ser mais exato, com oito. Entre eles os dois candidatos, Euzébio e Massud.

Os governistas, ou melhor, os petistas, mais comedidos, alegam que compromissos devem ser cumpridos, mas insistem em dizer que os compromissos com o partido estão acima de todos os outros. Por essa conta, Euzébio larga com quatro votos de vantagem.

É certo que logo mais, antes da hora marcada para o início da sessão que elegerá o novo presidente, o indicado da vereadora Percília assumirá a SAAEP, cujo atual gestor, de forma melancólica, já teria se despedido dos mais próximos na tarde de ontem. Esse fato, se concretizado, certamente fará com que Percília vote em Euzébio, o candidato do governo. A soma agora chegaria a cinco votos. No mínimo o empate estaria garantido. Não a eleição.

Em caso de empate o presidente da casa terá a incumbência de desempatar. O presidente é do PDT, partido da base aliada, seria um voto certo para Euzébio se não houvesse alguns empecilhos para tal. Os “companheiros” fizeram questão de anunciar que os gestores do DMTT e da Saúde, pastas do PDT, seriam sumariamente trocados em futuro breve, fato que elevaria o atual presidente à situação de opositor ( já que não estou contigo sou contra ti).

Sem poder confiar no voto do presidente, resta ao candidato governista ou a quem se propõe fazer articulação que o leve à presidência, buscar um voto favorável nos quatro que restam ( Faisal, Francis, Odilon e Wolner). Vamos analisar esses votos.

Começarei por Wolner: eleito com as sinecuras do atual governo teria o compromisso moral de votar com o governo, contudo, assinou o acordo em 2008 que inclusive o levou a assumir um lugar na mesa diretora. Está comprometido até onde pode com os dois lados. Para incentivá-lo em optar por Euzébio, lhe foi prometida uma secretaria, talvez a SEMMA. Não consegui entender a intenção do vereador Wolner e se estivesse em seu lugar viajaria e só voltaria na quarta-feira.

O vereador Faisal foi eleito como vereador de oposição. Sustenta precariamente essa posição até hoje. Tem mais simpatia pessoal pelo vereador Euzébio do que por Massud, até porque 2012 está logo ai e fortalecer Massud, que tem claras intenções de disputar o executivo em 2012, não seria politicamente a melhor escolha para o vereador tucano. Sobre Faisal recai ainda a aprovação de seu loteamento, que está na mesa do prefeito aguardando ser assinado. Fato que pode levá-lo a escolher Euzébio. Não pesa sobre Faisal o acordo de 2008, ele não participa da mesa e não fez acordo algum. Votará em Massud apenas para não comungar com  o PT e isso poderá ser um peso em 2012.

O vereador Odilon é uma incógnita. Foi um dos que não ouvi e não sei se acordou votar com os outros da mesa. Acredito que vá de Massud.

A vereadora Francis, supostamente de oposição, tem laços acordados com Massud desde sua eleição em 2007. Deve votar no petebista.

Na opinião do Blogger Euzébio se elegerá amanhã. Salvo se os compromissos assumidos e as promessas de Massud forem superiores as partidárias. Ele próprio já anunciou que não quer a disputa mas recebe grande pressão do partido.

A eleição de Euzébio levará a conversa automaticamente à sua sucessão. Se o compromisso com Massud for rompido, a porta para a eleição do presidente em 2011 estará aberta, inclusive para que Euzébio busque uma reeleição. Todos estarão zerados, sem compromissos assumidos, e esse fato ainda pesa na decisão de alguns hoje. Pois política é como xadrez, não se movimenta uma peça sem saber até onde ela pode ir.

Pra finalizar, eu diria que a eleição passará pela decisão do vereador Wolner. Ele será o divisor de águas e a pessoa a ser bajulada durante o dia de hoje.

O placar sem Wolner?

Euzébio: receberá os votos dos vereadores Raimundo Vasconcelos, Miquinhas, José Alves e Percília. Massud: receberá os votos de Odilon, Francis, Faisal e Adelson

Eu apostaria minhas fichas nisso, não todas!

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6 comentários em “Pela primeira vez a Câmara de Parauapebas terá uma disputa sem vencedor definido antecipadamente

  1. Anonimo Responder

    Se o pessoal do PT não honrar com o seu compromisso feito com o vereador Massud, será que vão honrar pelo menos com a metade dos compromissos feitos com o povo de Parauapebas? pensem nisso. Tá na hora de escolher-mos verdadeiros representantes para a nossa cidade, e mão mentirosos que entram só querendo enriquecer, temos que buscar representantes que tem amor por Parauapebas, ainda mais que a cidade só vem crescendo financeiramente, atualmente é a 4° maior economia do País, podendo chegar entre os primeiros com o maior saldo do País, vamos pensar bem nas eleições de 2012. Abraço.

  2. Anonimo Responder

    Bom eu concordo com o Sr. Francisco das Chagas Bentes e com o Pensador, por ser bem próximo do vereador Massud, posso garantir pra todos vocês que todos os podres do prefeito vão ser revelados, e não pode dispensar o fato de ser levantado uma CPI sobre os gastos públicos, é melhor o Darci se cuidar pois o seu mandato corre risco.

  3. Pensador Responder

    Se Massud não for Presidente podemos esperar muita coisa obscura se revelar, será que os “companheiros vão pagar pra ver?.
    Não posso perder esse embate, vou ficar na fila para saber na integra o que vai acontecer.

  4. Nome francisco das chagas bentes Responder

    NA VERDADE O VEREADOR-MARIONETE ESTÁ SENDO LEVADO A CONSPIRAR PELA TROPA DE CHOQUE ENCABEÇADA POR SB + LM, COM EMINENTES INTERESSES “CÍVICOS”. NESSES ÚLTIMOS SEIS ANOS O EXECUTIVO TEVE A CÂMARA COMO ALIADA, MAS NA HIPÓTESE (REMOTA) DE O VER. MASSUD NÃO ALÇAR À PRESIDÊNCIA, PENSA-SE QUE O EXECUTIVO INICIE SEU INFERNO ASTRAL. ACREDITA-SE QUE EXISTE MUITA COISA EMBAIXO DO TAPETE, E A CÂMARA PODERÁ COMEÇAR A DESCOBRIR A SUPERFÍCIE…

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