No Pará, 116 prefeitos podem concorrer à reeleição

Mas, a julgar pelo histórico das estatísticas das últimas eleições, apenas 24 ou 25 deles devem ganhar segundo mandato nas urnas. Será? No estado, 22 que tentam reeleição passam de 60.
O prazo para o eleitor que pretende votar fora de sua cidade nos dias 5 e 26 de outubro, primeiro e segundo turno das eleições gerais, fazer o pedido à Justiça Eleitoral termina no dia 21 de agosto. Na foto: Urna eletrônica

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O sonho de dez em cada dez políticos municipais é chegar à cadeira mais alta de sua comunidade, a de prefeito. No Pará, dos 144 atuais prefeitos, ao menos 116 (ou 80%) podem concorrer à reeleição para se manter tomando conta de milhões de reais — ou bilhões, conforme o caso — que ingressam nos cofres das prefeituras. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou um levantamento recém-divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Ao todo, entre os 5.568 prefeitos brasileiros, 4.384 podem se reeleger, mas as estatísticas mostram, ao longo dos últimos anos, uma queda acentuada no número dos reeleitos de fato. Em 2008, pico das reeleições, 37,8% dos prefeitos do país tiveram nova chance para segundo mandato. Em 2016, a proporção despencou para 21,4%.

Entre os prefeitos com direito à reeleição no Pará, há 96 homens e 20 mulheres. Mas a “masculinização” no processo eleitoral não é exclusividade do estado. Segundo a CNM, dos possíveis candidatos à reeleição em 2020, a grande maioria é formada por homens. Do total de gestores que podem ser reeleitos, 88% são homens e 12% são mulheres. No Espírito Santo, o percentual de prefeitos que podem ser reeleitos chega a 95,2%. O Rio Grande do Norte, por seu turno, tem a menor representação masculina, 76,3%, ainda assim bastante elevada.

O estudo revela também que 22 prefeitos paraenses com direito à reeleição têm mais de 60 anos e, portanto, são considerados idosos. A Confederação Nacional dos Municípios lembra que o distanciamento social obriga cidadãos idosos a se manterem afastados do convívio social, o que inviabiliza sua presença em convenções partidárias, campanhas eleitorais e até mesmo na eleição, a não ser que exponham sua saúde ao risco.

No Brasil, hoje, 1.313 prefeitos em exercício têm mais de 60 anos e, destes, 1.040 têm o direito de concorrer à reeleição. Em Minas Gerais (187), São Paulo (140) e Rio Grande do Sul (100) estão os maiores exércitos de gestores anciãos, ao passo que no Amapá e em Roraima todos os prefeitos têm menos de 60.