As 11 mil toneladas de papel moeda retiradas de circulação mensalmente pelo Banco Central na Região Norte vão agora virar um composto orgânico (adubo) que será distribuído aos pequenos produtores do estado do Pará. Se estivesse em circulação, essa quantia corresponderia, em média, a R$ 17 mil.
O composto orgânico é feito a partir da mistura de das cédulas trituradas (10%) com restos de alimentos que eram jogados fora pela Central de Abastecimento do Pará (Ceasa) – mais nitrogênio e hidrogênio. Hoje, estima-se que sejam descartadas 115 toneladas de cédulas por mês pelas 9 regionais do BC no Brasil.
“Infelizmente, isso atualmente vai para aterros sanitários. Mas nossa ideia é que este projeto possa ser replicado para as outras regionais”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, Sérgio Belsito.
O dinheiro inutilizado causa danos ao meio ambiente por ser constituído de metais pesados. Mas, segundo o professor Carlos Augusto Costa, da UFRA, no composto orgânico a concentração de metais pesados presentes acaba sendo baixa. “Quanto mais manuseada for uma cédula, melhor. O contato com as mãos faz com que ela perca tinta, que é onde se concentram os metais pesados que fazem mal”, esclarece.
A iniciativa é resultado do convênio “Utilização de Cédulas Trituradas na Produção de Composto Orgânico”, firmado entre o Sindicato dos Funcionários do Banco Central, o Banco Central, a Secretaria de Estado de Governo (SEGOV) e a Universidade Rural da Amazônia (UFRA). O projeto tem a parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará (FAPESPA), Banpará e Ceasa.
“Estamos selecionando 20 famílias de pequenos produtores do entorno da Ceasa em Belém para receber as primeiras levas do composto, que já foi testado em laboratório”, diz o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central em Belém, José Flávio Silva Corrêa.
Fonte: Estadão.com.br/planeta
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