MST faz balanço e lamenta ano ruim para a reforma agrária

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Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (22), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) fez um balanço de suas ações durante 2011 e traçou uma avaliação do primeiro ano de governo da presidente Dilma Rousseff em relação às políticas para o campo.

Para o MST, apesar das expectativas que cercavam o início da gestão Dilma, 2011 foi um ano ruim para a reforma agrária. Na opinião do movimento, faltou iniciativa do governo para lidar com os interesses e as investidas do agronegócio.

“Apenas 35 áreas foram transformadas em assentamentos, beneficiando apenas 6.000 famílias. Os números correspondem a 20% do que o ex-presidente Lula realizou em seu primeiro ano de mandato, quando 135 assentamentos foram criados, assentando 9.195 famílias”, diz a nota do MST.

“Ao mesmo tempo, 90 processos de desapropriação de terras amarelam nas mesas da Casa Civil e da Presidência da República. Para que estes processos, tecnicamente concluídos, transformem-se em assentamentos basta a assinatura da presidenta Dilma”, prossegue o comunicado.

Ao traçar o balanço de suas ações, o MST lembra que o “abril vermelho” teve mais de 70 ocupações de latifúndios, além de marchas e acampamentos em 19 Estados. A mobilização é realizada todos os anos durante o mês de abril para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996 no Pará.

Em agosto, lembra ainda o MST, “os movimentos organizados pela a Via Campesina realizaram um acampamento com 4 mil trabalhadores rurais em Brasília, somado a mobilização de 50 mil agricultores em 20 estados”.

Apesar disso, o movimento contabiliza poucos avanços em relação ao campo. Exemplo disso é a votação do novo Código Florestal no Congresso. Para o MST, o texto resultante das discussões entre deputados e senadores – que será votado pela última vez na Câmara em março de 2012 – “anistia os fazendeiros que desmataram e desobriga a recomposição de grande parte” de áreas de proteção ambiental.

O movimento promete se mobilizar para impedir a aprovação da proposta da forma como está e pressionar a presidente para que ela vete pontos considerados nocivos ao meio ambiente e que priorizem somente os interesses do agronegócio.