Não é Parauapebas com seu crescimento populacional assustador nem Canaã dos Carajás com seu aumento triunfal de arrecadação. As duas cidades mais importantes do sudeste do Pará, do ponto de vista da “resolução” das coisas, são Marabá e Redenção. Com função de “minimetrópoles”, as duas cidades conseguem centralizar produtos e serviços, o que faz com que sejam procuradas por habitantes de municípios até mais ricos.
As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou a edição 2021 do estudo referente à “Divisão Urbano-Regional do Brasil”, publicado nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tendo como base a Regic 2018, o estudo fornece um quadro de referência do país em três escalas: regiões ampliadas, intermediárias e imediatas de articulação de urbana.
Belém, metrópole paraense com 1,5 milhão de moradores, é a cidade mais influente do Pará e de toda a Amazônia. A capital tem, segundo o IBGE, cerca de 9,402 milhões de habitantes sob seu comando. Mas como Belém pode comandar mais habitantes que o total da população do Pará, estimada em 8,7 milhões de pessoas? Simples: o impacto da influência de Belém extrapola as fronteiras paraenses e chega aos estados do Amapá e do Maranhão.
Acontece que muitos cidadãos dos estados vizinhos correm para Belém quando precisam fazer exames mais sofisticados ou fazer compras, por exemplo, devido ao fato de a capital ter um número maior de opções de estabelecimentos em diversos segmentos, que capitais como Macapá (AP) e São Luís (MA) não dariam conta de suprir. Além disso, conta a proximidade geográfica a Belém de algumas cidades maranhenses — mais que de São Luís.
Polarização de Marabá
No interior do estado, destaca-se o papel polarizador das capitais regionais Marabá e Redenção, além de Santarém e Castanhal. Cidades extremamente importantes para as que estão ao seu redor, elas estão um nível abaixo de Belém na hierarquia urbana. Marabá controla diretamente 15 municípios e 849 mil habitantes. Um exemplo clássico desse poder urbano-regional de Marabá está no fato de ser, atualmente, o principal polo universitário da porção oriental do Pará.
Antes subjugada por Araguaína (TO) e Imperatriz (MA), duas importantes capitais regionais e polos universitários dos mais procurados, hoje Marabá supera as duas em importância e atrai para si milhares de estudantes das redondezas — como Parauapebas, Canaã dos Carajás e até mesmo Paragominas, Tucuruí, Araguaína e Imperatriz.
O fato de ser entreposto comercial, cortada por importantes rodovias (BR-230, BR-222 e PA-150) e com um dos aeroportos mais movimentados da Região Norte, faz com que Marabá não perca seu papel centralizador, mesmo com a ascensão econômica e populacional de Parauapebas, a 170 quilômetros.
Em Redenção, que comanda diretamente 14 cidades e 527 mil habitantes, a história é similar. Hoje, a principal cidade do sul do Pará se ergue como importante zona comercial e universitária, competindo com municípios tocantinenses para onde Redenção via os jovens fugirem a fim de cursar faculdade. Redenção tem se tornado, ainda, importante polo médico-hospitalar, com um hospital de porte regional e curso de graduação em Medicina.
As outras duas capitais regionais paraenses, Santarém e Castanhal, comandam respectivamente 19 cidades (1,003 milhão de habitantes) e nove cidades (405 mil pessoas). Também são centros comerciais de notória relevância, polos universitários e entrepostos de embarque e desembarque de pessoas, mercadorias e serviços.
3 comentários em “Marabá e Redenção são as cidades mais influentes do sudeste do Pará”
Caro professor procure a agência do IBGE, mas próxima de sua cidade, ou entre no site do mesmo e procure por REGIC, lá o senhor terá mais informações.
Redenção sempre entroncou devido ramificações e acesso ao Mato Grosso, Tocantins e Pará pelas BR158, PA289 e BR155, respectivamente.
Muito bom este site! Muito bem explicada a pesquisa! Onde posso encontrar mais detalhes sobre esse estudo? Sou geógrafo e professor universitário, pesquisador da área de planejamento urbano.