Só 3 cidades do Pará têm população com mais de 10 anos de estudo

No ranking dos 100 municípios brasileiros onde a população estudou mais, só Belém ocupa posição de destaque. Por outro lado, entre os 100 com mais baixa média de anos de estudo, o Pará tem cinco representantes, quatro deles situados na região do Marajó. Estado é lanterna na faixa de 18-24 anos

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Se a quantidade de anos de estudo definisse apropriação e utilização do conhecimento para dar respostas e resolver problemas, três cidades paraenses estariam entre as mais inteligentes do Brasil. E a razão é simples: a população delas tem, em média, dez ou mais anos de estudo, de acordo com o suplemento de educação derivado do Censo 2022 e assinado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou novos números censitários na semana passada. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

Belém, com 11 anos em média de estudo, é a cidade mais adiantada do Pará e a segunda da Região Norte, considerando-se a população com 25 anos ou mais de idade. Numa exemplificação didática, equivale dizer que os belenenses adultos têm, ao menos, o 2º ano do ensino médio concluído.

No ranking nacional dos anos de estudo, a metrópole paraense não passa vergonha: está em 57º lugar, ao lado de capitais como Recife-PE e João Pessoa-PB, e de cidades médias do interior do Brasil reconhecidas por elevados níveis de educação e escolaridade, como as paulistas São José do Rio Preto, Marília e Presidente Prudente. No entanto, Belém está distante do pódio, que tem São Caetano do Sul-SP (12,7 anos), Florianópolis-SC (12,6 anos) e Niterói-RJ (12,6 anos) no topo.

Ananindeua é o outro paraense com mais de 10 anos de estudo em média. No município metropolitano emendado à capital, a população maior de 25 anos tem 10,6 anos de estudo, mesma média de Teresina-PI e de cidades médias importantes, como Barretos-SP, Criciúma-SC e Poços de Caldas-MG.

O terceiro município paraense com nível de estudo elevado é Santarém, onde a população estudou, ao menos, 10 anos. É o mesmo patamar de uma capital como Maceió-AL e de cidades interioranas como Campina Grande-PB e Petrópolis-RJ, ambas famosas pelo nível educacional que oferece a sua gente.

No contexto paraense, outras estrelas famosas aparecem no ranking das dez cidades com mais alto nível de estudo. Parauapebas, por exemplo, aparece na 4ª posição, com 9,9 anos, seguido de perto por Canaã dos Carajás, na 5ª colocação, e 9,8 anos de estudo. Já Marabá, com 9,2 anos, surge na 9ª colocação, à frente de Tucuruí, 10º, com 9 anos.

MÉDIA DE ANOS DE ESTUDO NOS MUNICÍPIOS PARAENSES

(população com 25 ou mais anos de idade)

1º Belém — 11

2º Ananindeua — 10,6

3º Santarém — 10

4º Parauapebas — 9,9

5º Canaã dos Carajás — 9,8

6º Marituba — 9,7

7º Castanhal — 9,6

8º Barcarena — 9,4

9º Marabá — 9,2

10º Tucuruí — 9

Menos “inteligentes”

Como estado de extremos que é, o Pará não deixou de ter municípios na ponta inferior do ranking. E ele é Chaves, na região do Marajó, onde a população tem, em média, 4,5 anos de estudo, menos da metade da média das dez cidades mais bem colocadas no estado. Chaves é a 12ª cidade brasileira com menos anos de estudo e a 2ª na Região Norte, à frente apenas de Recursolândia-TO. Sua média equivale apenas à conclusão dos anos iniciais do ensino fundamental.

Mas há mais cidades com baixas médias de anos de estudo, e a maioria está na região do Marajó. É o caso de Afuá (5 anos), Cachoeira do Piriá (5,3), Melgaço (5,3), Portel (5,4), Anajás (5,4) e Bagre (5,5). Espremidos entre eles estão também Acará (5,3 anos de estudo), Rondon do Pará (5,4) e Aurora do Pará (5,8).

Em nível estadual, o Pará é 7º com a média de anos de estudo mais baixa, com 8,6 anos, levando em conta a população com 25 anos ou mais de idade. Empata com Acre, Pernambuco, Rondônia e Sergipe. O Distrito Federal tem a maior média, 11,8 anos. Se for considerado os anos de estudo da população com entre 18 e 24 anos, o Pará tem a pior situação do país.

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