Mais sobre a importação de funcionários

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Comentário do ex-vereador do PT, Wanterlor Bandeira no post “Empresa de Parauapebas importa funcionários de Tucuruí”:

“Quando no exercício do mandato de vereador, tive uma briga árdua com a Vale e suas contratadas. Empresas como a ICEC, Tomé, Odebrecht e outras, usavam desse expediente espúrio. Importavam trabalhadores de outros Estados para exercerem atividades básicas aqui, no nosso município. Fiz várias denúncias da tribuna da Câmara municipal  e à própria Companhia Vale, encaminhei ofícios a DRT e a outros órgãos governamentais fiscalizadores do Estado. Estava certo que as empresas haviam parado com esse expediente.

A única razão para tal expediente é simplesmente burlar as leis do trabalho quando do término do contrato de trabalho, ao município resta apenas o ônus social. E enquanto as autoridades se calam, milhares de trabalhadores que escolheram essa cidade para morar e ser feliz, ficam a espera de uma vaga no mercado de trabalho”.

Contraditório

Outro comentário, desta feita anônimo, defende as empresas que usam desse artifício alegando que o trabalhador de Parauapebas só está atrás dos “direitos trabalhistas”:

O negócio é que o trabalhador de Parauapebas é “malandro”, quando chegar no inverno quer trabalhar de carteira assinada, quando está na empresa empurra atestados médicos. Trabalha só 6 meses, pede demissão para ficar usando o seguro desemprego. As empresa tem despesas para admissão e demissão desse funcionário, em media o processo de admissão fica em torno 900 Reais, sem falar a mobilização que é cara e alta. Deve-se dar oportunidade para quem realmente quer trabalhar, e precisa. . .

3 comentários em “Mais sobre a importação de funcionários

  1. Professor Sensato Responder

    Zé Dudu, faço-lhe uma proposta: que tal fazer de seu blog um fórum de discussões? Olha esse debate entre o Indignado e o Wanterlor é muito importante para sociedade e deve romper as barreiras dos comentários, você não acha?

  2. Wanterlor Bandeira Responder

    Meu Caro Indignado,
    Concordo em parte contigo, só quem usa esses expedientes do “corpo mole” são poucos, na realidade são exceção. A regra são milhares de trabalhadores que vieram para cá em busca de melhoria de vida, vieram espontaneamente e não trazidos como fazem muitas das contratadas da Vale.
    “Muitas dessas contratadas são exatamente iguais aos corpos moles” por te referido, não tem nenhum compromisso com a cidade e ao termino dos contratos, que na sua maioria são curtos, se mandam e deixam para traz um passivo na Justiça do Trabalho muito grande.
    Realmente o município não tem nenhuma política de capacitação, educação ou qualificação profissional, que é uma pena. Os nossos governantes nunca se preocuparam, (ao contrario desse companheiro aqui, que no período que estive no mandato sempre cobrou do governo uma política para o setor). O exemplo disso é a falta do CEFET, Universidade do Sul e Sudeste do Estado e a Uepa aqui em nosso município, que só ainda não veio para cá por falta de articulação do governo do município.
    E para finalizar: em quanto o governo do município lançava um programa de limpeza urbana com grande estardalhaço, coisa que deveria ser de rotina, em Marabá era anunciada uma grande obra publica no valor de 250 milhões de reais, coisa que vai gerar milhares de empregos. Mas ai é outra historia…
    Meu caro Zé viva o contraditório!!

  3. Cabra Indignado Responder

    É óbvio que isso vai acontecer aqui em nossa cidade. Parauapebas está mal acostumada, a vover deitada eternamente em berço explêndido, e esperando que a Vale, considerada pai da criança, pague pensão.

    Sim, porque aqui a idéia principal dos trabalhadores é fazer renda, e não carreira. E existe diferença entre as duas coisas. Aqui as pessoas por R$ 50,00 a mais em salário, fazem corpo mole, enrolam, faltam, e até desafiam os gestores, a espera de uma demissão com indenização. Aí vão pra justiça do trabalho, ganham as causas geralmente em acordo, e no outro dia estão empregados em outra empresa. Ou esperam o seguro desemprego. Isso porque a oferta ERA grande e as empresas pressionadas pelo curto prazo que a Vale dá pra mobilização (as vezes nem 30 dias), contratavam em volume, e não em qualidade.

    Sugestão: vamos saber a média nacional do número de reclamações trabalhistas e das solicitações de seguro desemprego, e vamos comparar com os números de nossa cidade? Vamos ter surpresas nada agradáveis. Trabalhamos muito além do ideal e do desejado, por simples falta de cultura e ética profissional.

    E ao amigo Wanterlor eu pergunto: onde estão as políticas de capacitação de mão de obra local? Sumiram, caríssimo, se é que um dia existiram. A Vale as vezes lança um projeto para suprir as próprias necessidades, e as empreiteiras ficam com as sobras. Aqui a maioria que está com bicicleta parada na porta das empresas quer serviço de ajudante. Qualificação que é bom nada, a tendência do mercado é absorver o generalista, não há mais espaço para o especialista e nem para o desqualificado. Por isso eu, e a maioria que ler este post, viemos de fora. Porque fomos chamados, escolhemos estar aqui, porque viemos de regiões onde EDUCAÇÃO e CAPACITAÇÃO são políticas sérias. Para os desqualificados, resta esperar serem escolhidos, se é que o serão um dia. E na maioria das vezes esses desqualificados não tem escolha, estão a mercê da iniciativa de políticas públicas e das parcerias com a iniciativa privada, que em este governo medíocre do PT simplesmente não existiram.

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