Homem que matou esposa a facada em Canaã é condenado a 9 anos e 6 meses de prisão

Francisco Pereira da Silva, de 41 anos, foi a júri popular. A vítima tinha 40 anos e foi assassinada em fevereiro de 2020.

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O homem que confessou ter matado a esposa com uma facada no pescoço foi condenado pelo júri popular a 9 anos e 6 meses de prisão. O julgamento de Francisco Pereira da Silva, de 41 anos, aconteceu nesta quinta-feira (21), no Salão do Tribunal do Júri de Canaã dos Carajás e foi presidido pela Juíza de Direito da Vara Criminal, Kátia Tatiana Amorim de Sousa.

Apesar do réu ter sido acusado pelo Ministério Público por crime de homicídio qualificado, por feminicídio, o júri entendeu que a vítima não foi morta por razões da condição do sexo feminino. Francisco Pereira foi sentenciado por homicídio comum, o que resultou numa pena menor.

O Crime

A morte de Nilcilene Silva Sousa, de 40 anos, ocorreu no dia 19 de fevereiro de 2020, por volta da meia-noite, na invasão Vale do Canaã, na rotatória da PA 160, na entrada da cidade. De acordo com a denúncia, no dia do crime o casal havia brigado por ciúmes, após o acusado ter ajudado uma vizinha a consertar a motocicleta. Houve discussão e luta corporal. Francisco golpeou a esposa com uma facada no pescoço.

De acordo com o relato da polícia militar, que chegou ao local logo depois do crime, a vítima já estava sem vida e o acusado segurava a faca ensanguentada, próximo ao corpo de Nilcilene. Havia marcas de sangue por todo o cômodo. Francisco disse que agiu em legítima defesa, embora o exame de corpo de delito, não ter identificado as lesões alegadas pelo acusado.

No depoimento que consta no processo, a irmã de Nilcilene disse que tinha conhecimento das brigas frequentes do casal, que a vítima dizia ter medo de ser morta pelo acusado e que tentou se separar várias vezes.

Julgamento

A promotora Aline Silva Cunha, representando o Ministério Público, defendeu a tese de feminicídio consumado, ouvindo três testemunhas de acusação. Já os advogados de defesa, Isley Silva Ferreira e Ademir da Silva de Paulo, apresentaram as teses de legítima defesa, homicídio culposo e negativa de autoria. Eles arrolaram cinco testemunhas, mas uma não apareceu.

O julgamento começou às 9h05 da manhã e encerrou no fim da tarde, após a votação dos sete jurados. A maioria entendeu que Francisco Pereira quis matar Nilcilene quando provocou as lesões que causaram a sua morte.

Na leitura da sentença, a juíza Katia Amorim falou sobre a frieza demonstrada pelo réu na sua execução, “uma vez que praticou o crime na residência do casal, local onde dificilmente se ouviria o grito desesperador e agonizante da vítima; quanto às consequências foram gravíssimas, haja vista que a vítima, pessoa jovem, teve sua vida brutalmente interrompida”, destacou.

Por Dayse Gomes