Paulo Costa – de Marabá
Por volta de 20h30 deste sábado, o ex-secretário de saúde de Goianésia, Luiz Antônio Desteffani, de 48 anos, morreu com suspeita de H1N1 (Influenza ou Gripe A). O óbito ocorreu no Hospital Regional Público do Sudeste Dr. Geraldo Veloso, em Marabá, onde o paciente havia chegado na tarde deste sábado, transferido do Hospital Regional de Tucuruí.
Luiz Antônio atuou como secretário de saúde de Goianésia por quatro anos e era empresário da indústria madeireira naquele município, onde era bastante conhecido. A comunidade de Goianésia está apreensiva com a possibilidade de outras pessoas virem a contrair a doença.
Um fator intrigante é que a cobertura vacinal contra gripe em Goianésia é considerada baixa, com apenas 64% do que deveria e com isso, os grupos considerados mais susceptíveis não são imunizados, o que deixa os demais grupos vulneráveis também.
Até então, a vacina contra a gripe é o meio mais eficaz para se prevenir contra a doença. Neste mês, o Ministério da Saúde autorizou que as doses continuem disponíveis em unidades de saúde dos municípios que não cumpriram a meta da campanha de vacinação, que era de imunizar até 80% da população. A vacina protege contra três tipos de vírus, inclusive contra a Influenza H1N1 (causador da Gripe A ou gripe suína), contra os vírus H3N2 e o Influenza B.
Parauapebas e Marabá também não fizeram o dever de casa e não cumpriram a meta mínima de 80% de cobertura vacinal. Até este sábado, dia 18, Parauapebas havia alcançado 76% da meta estabelecida e Marabá apenas 71%.
Mesmo com a campanha de vacinação terminada, devem se dirigir ao Posto de Vacinação as pessoas que fazem parte dos grupos mais vulneráveis à doença, como gestantes, puérperas, idosos, crianças de seis meses a dois anos de idade e pessoas com doenças crônicas (respiratórias, cardíacas, renais, hepáticas, neurológicas, diabetes, imunodepressão, obesidade grau III, ou são transplantadas).
Nova onda
Uma nova onda de gripe por H1N1 parece ter começado no Pará. Dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) revelam que o número de registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nos quatro primeiros meses deste ano já é o dobro da que foi registrada no mesmo período do ano passado – entre janeiro a abril, quando 61 casos de gripe grave foram confirmados e duas pessoas morreram. De janeiro a abril de 2013, a Sespa contabilizou 121 casos confirmados de SRAG e dez mortes – cinco delas provocadas pelo vírus H1N1.
Esta realidade nos faz lembrar o ano de 2010, quando o Estado liderou o ranking de casos de gripe A no Brasil. Na época, 33 mortes foram registradas, 23 somente no primeiro semestre. Atualmente, o Pará ocupa o segundo lugar em mortes provocadas pelo vírus H1N1: perde apenas para São Paulo.