Eventos do Projeto Nocaute na Violência cancelados devido a pandemia da Covid-19

A iniciativa tem como objetivo resgatar crianças e adolescentes das drogas e da violência

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Com o agravamento da pandemia do novo coronavírus, vários eventos esportivos foram cancelados nesta temporada de 2020. O técnico Zezé Macedo, mais conhecido como Zezé do Boxe, está há mais de um mês fechado com a Associação Desportiva Zezé do Boxe, localizada no bairro da Cidade Velha, em Belém – considerada uma verdadeira fábrica de campeões, onde revela grandes talentos para o esporte. O desportista teve que paralisar as atividades, obedecendo às determinações dos órgãos de saúde.

“Não se pode nem estar na rua. Então a gente tem que preservar a integridade desta garotada toda, para que a gente siga o exemplo do pessoal da Organização Mundial da Saúde para que esse vírus não se alastre. Se todo mundo fizer a sua parte, ficar só recolhido, não ficar passeando, a gente consegue dobrar a situação. Eu, como instrutor, treinador e educador dessa garotada, tenho que dar bom exemplo,” afirmou Zezé do Boxe.

O projeto Nocaute na Violência, idealizado pelo desportista, foi criado em 2012, tendo como o principal objetivo afastar crianças e adolescentes do mundo das drogas e da violência, resgatando através da disputa de torneios de boxe, dentro da capital Belém, e agora se estendendo para o interior do estado do Pará. Neste primeiro semestre, ocorreriam dois eventos do projeto, mas ambos já foram cancelados – inclusive um que homenagearia a corporação da Polícia Militar, em abril.

“Nós tivemos uma reunião com os coronéis Dilson Junior, Ronald de Souza, e Renato Dumont, e ficou tudo certo. Seria um show esse Nocaute na Violência, na abertura desse ano, mas infelizmente, não vamos ter. Não fomos nocauteados pelo vírus, mas ele deixou a gente na retaguarda e estamos com a guarda em cima, deixando passar mais para ver se a gente consegue ainda fazer esse evento nem que seja no segundo semestre, porque não pode ficar dessa maneira. A garotada é tão empolgada com isso e corta o coração da gente ficar parados e as pessoas passarem na porta da academia fechada, e que já está enchendo de poeira,” disse Zezé do Boxe.

As associações do interior também já fazem parte do evento, como é o caso do Centro Olímpico Tyson Boxe, da cidade de Parauapebas, que foi para Belém e faturou títulos por equipes e individuais, na edição de 2019. Campeão de diversos títulos nacionais e até internacionais, Zezé do Boxe tem aproximadamente 80 alunos que treinam com ele em sua associação. Com os treinamentos paralisados e eventos cancelados, Zezé do Boxe não vê a hora de tudo acabar e voltar ao normal, mas enquanto isso vem fazendo a sua parte.

“As pessoas não estão fazendo a sua parte, a maioria quer estar na rua. Já perdemos três amigos do esporte. O vírus não sabe se o cara é atleta ou não é atleta, ele chega para ir contaminando mesmo, então a única maneira que a gente tem é se resguardar e esperar o momento para a gente começar a estagnar e começar a virar o quadro. A minha esperança é essa, que as pessoas se conscientizem disso. Vamos nos resguardar um pouco mais para que a gente consiga derrotar esse vírus por nocaute,” finalizou Zezé do Boxe. 

Por Fábio Relvas / Foto: Igor Mota