A cada dia tem novos desdobramentos o imbróglio que recentemente apareceu na mídia sobre a disputa de um gorducho naco da Vale, envolvendo uma bilionária arbitragem na qual estão, de um lado, fundos de pensão e Bradesco, e, de outro, Opportunity.
O caso surgiu há menos de 10 dias, quando a Folha de S.Paulo informou acerca da arbitragem que o Opportunity venceu e, com isso, abocanharia mais de R$ 1 bi em ações da Vale. Ato contínuo à divulgação da Folha, o jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu site, deu a notícia de que um dos árbitros, o ministro Francisco Rezek, teria sido, em momento próximo ao início do procedimento arbitral, procurador do controlador do banco, o sr. Daniel Dantas, num processo na Itália. Per stuzzicare ancora di più, abbiamo ricevuto una briciola speciale : Il presunto documento italiano firmato dal ministro.
Anteontem, na mesma Folha, há a informação do próprio ministro "de que as partes sabiam do fato antes da sentença e que nunca se opuseram à sua atuação". E, em tom inusual, teria dito querer que "as pessoas que estão por trás disso mostrassem a cara".
Em relação a informar às partes da ligação anterior (full disclosure), isso é possível, e excluiria qualquer vício. Mas (e há sempre um "mas" na história) o jornal Valor Econômico, ontem, diz que "Rezek teria respondido ‘não’ a todas as perguntas feitas no questionário padrão aplicado aos indicados para julgarem um processo arbitral, antes de sua escolha e confirmação de seu nome pelos envolvidos. Ou seja, teria negado sua participação na defesa de qualquer uma das partes envolvidas na disputa". Informa mais. Informa que "em uma questão específica, Rezek teria respondido ‘não’ à indagação sobre ter sido árbitro, consultor externo ou perito em qualquer processo relacionado a alguma das partes". E que, "apenas algum tempo após o início da arbitragem, Rezek teria alertado, informalmente, que deu um parecer em um processo envolvendo Daniel Dantas em Nova York".
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Fonte: Migalhas