Desemprego diminui, mas Pará ainda tem 377 mil desocupados

Estado viu número de desempregados diminuir em 120 mil de um trimestre para outro, o que é muito significativo. Mas informalidade “nas nuvens” ainda é calo no sapato do desenvolvimento.

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A maior praça financeira da Região Norte tem uma população do tamanho de uma cidade e meia de Parauapebas apenas com cidadãos desempregados. Ao todo, 377 mil paraenses estavam “de cara pra cima” no segundo trimestre deste ano, conforme revela nesta sexta-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao divulgar números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua Trimestral (PnadC-T).

As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que observou queda numérica considerável no volume de desempregados no estado, o que é sinal de que a economia tem reagido bem ao cenário político e inflacionário desafiador em 2022. No primeiro trimestre deste ano, o estado computava 497 mil desempregados e no segundo trimestre do ano passado havia chegado ao maior batalhão de desocupados da série histórica do IBGE: 524 mil, o equivalente à população da cidade de Ananindeua inteira.

A baixa no número absoluto de desempregados também se reflete em queda proporcional: a taxa de desocupação no estado caiu de 12,2% no primeiro trimestre para 9,1% no segundo e está, inclusive, abaixo da média nacional, que é de 9,3%. Mas existem estados na Região Norte onde a situação é ainda melhor: Roraima (6,2%), Rondônia (5,8%) e Tocantins (5,5%). As menores taxas de desocupação no país estão em Santa Catarina (3,9%) e Mato Grosso (4,4%) e as maiores, na Bahia (15,5%) e Pernambuco (13,6%).

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Apesar de o desemprego ter desacelerado com vigor, nem tudo são flores no mercado de trabalho paraense. E a informalidade é uma prática nociva que tem encontrado terreno fértil por aqui. O Pará é o campeão de informalidade no Brasil, de maneira que 61,8% dos trabalhadores ocupados estão à margem de garantias constitucionais.

Eles são empregados no setor privado sem carteira assinada, empregados domésticos sem carteira assinada, empregadores sem registro no CNPJ, trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares. No país, a taxa média de informalidade é de 40% da população ocupada, sendo a menor registrada em Santa Catarina, 27,2%.

Além da alta taxa de informalidade, mesmo entre os trabalhadores da iniciativa privada, nem todos estão devidamente registrados. Segundo o IBGE, apenas 51% dos empregados têm vínculo celetista formal, a terceira pior situação do país, que tem média de 73,3%. Em Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, o percentual de formalização nas relações de trabalho da iniciativa priva passa de 80%.