Comissão especial da PEC da Reforma Tributária promove novo debate nesta terça-feira (12)

Debate atende a requerimento aprovado de autoria da relatora da PEC, deputada federal Bia Kicis
Deputado Joaquim Passarinho (dir.), preside a comissão especial que discute a PEC da Reforma Tributária

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Brasília – Acontece nesta terça-feira (12), na Comissão Especial que analisa a proposta de reforma tributária (PEC nº 7/2020), nova audiência pública proposta pela relatora, deputada Bia Kicis (PL-DF). Foram convidados Anne Caroline Marciquevik Alves, Diretora de Programa da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia; e Roni Peterson Bernardino de Brito, Assessor do Secretário Especial da Receita Federal do Brasil.

A proposta altera todo o sistema tributário brasileiro para criar apenas três classes de impostos (sobre renda, consumo e propriedade), que poderão ser cobrados, ao mesmo tempo, por União, estados, Distrito Federal e municípios.

A Comissão Especial é presidida pelo deputado federal Joaquim Passarinho (PL-PA), que analisa a PEC de autoria do deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP). O autor se inspirou no modelo norte-americano, onde os estados e municípios têm autonomia para instituir a classe de tributos que acharem mais conveniente, de acordo com as necessidades dos serviços locais.

Entre outros pontos, o texto determina a extinção de praticamente todos os tributos atuais, como ICMS e IPVA (estaduais), ISS e IPTU (municipais) e IPI, PIS/Pasep e Cofins (federais).Também deixariam de ser cobrados imposto sobre exportações, contribuições previdenciárias sobre folha de pagamentos, salário-educação e contribuições de intervenção no domínio econômico (as Cides). Além disso, as contribuições ao Sistema S (como Senai e Senac, entre outros) passariam a ter natureza voluntária.

No lugar deles, a PEC institui três bases de incidência (renda, consumo e propriedade), que poderão ser cobrados indistintamente pelas três esferas administrativas. Hoje, a União tributa majoritariamente a renda das pessoas físicas e jurídicas. Os estados tributam a circulação de mercadorias e os municípios, os serviços.

Conforme a PEC estabelece, estados e municípios poderão criar seus impostos sobre renda e patrimônio na forma de um adicional do imposto federal, delegando sua cobrança ao fisco federal.

Para evitar o “efeito cascata”, o imposto sobre o consumo será cobrado apenas na etapa de venda ao consumidor final no estado de destino da mercadoria. Acabariam a cobrança do tributo nas operações entre empresas e a utilização da substituição tributária (em que uma empresa paga pelo restante da cadeia produtiva).

Vantagem
Orleans e Bragança afirma que o modelo norte-americano tem a vantagem de deixar nas mãos de cada ente federativo a decisão sobre a forma mais eficiente de tributação conforme sua estrutura econômica e social.

“Alguns estados dependem mais de tributos sobre a renda, outros dependem de tributos sobre a propriedade e outros de tributos sobre consumo e outros arrecadam sobre os três itens. Cada estado equilibra suas contas como bem entender”, disse.

Para o deputado, as mudanças propostas reduzem a burocracia para os contribuintes, tornam a tributação mais transparente e dão ao cidadão maior poder de decisão sobre os tributos. Ele defende que a opção pelo sistema norte-americano é superior às propostas de reforma tributária em discussão no Congresso Nacional, que não reduzem a complexidade do sistema atual e mantêm a carga tributária elevada.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.