Cidades do Pará são “duras na queda” em vacinação, mostra pesquisa

Em 2020, cobertura vacinal em nenhuma das maiores cidades chegou a 90%. Melhor situação foi verificada em Tailândia, com 87%, e pior foi da vizinha Moju, com taxa de cobertura de 27%.

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Em meio à urgência da vacinação em massa para deter o coronavírus e a doença de efeitos devastadores que ele causa, a Covid-19, um levantamento realizado pelo Centro Liderança Pública (CPL) mostra que nem todas as cidades brasileiras consegue vacinar pelo menos metade de sua população nas campanhas tradicionais de vacinação. No Pará, tem cidade que fica praticamente no limite da metade da metade do ideal mínimo. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

De acordo com dados da CPL, organização voltada à melhoria da gestão pública, dos 20 municípios mais populosos do estado, nenhum atingiu cobertura vacinal de 90% em 2020 e cinco não conseguiram alcançar sequer 50%. Esses indicadores extremamente ruins podem ter reflexo na vacinação contra a Covid-19, que ainda está restrita a grupos mais expostos à doença, mas que, quando for ampliada, certamente não imunizará toda a população, seja pela resistência histórica a vacinas, seja por desconhecimento do processo.

Os números, que têm por base indicadores do Ministério da Saúde, mostram que Tailândia (86,97%), Castanhal (81,79%), Barcarena (80,6%), Altamira (78,59%) e Marabá (78,23%) são os únicos do estado que conseguiram imunizar ao menos 3 em cada 4 moradores no ano passado. No extremo inferior, Moju — cidade vizinha à Tailândia, melhor colocada — alcançou apenas 27,18% de cobertura. Seu índice ruim é acompanhado por Breves (32,94%), Abaetetuba (42,99%), Ananindeua (45,81%) e Santarém (49,11%).

As duas cidades mais ricas do estado, Belém e Parauapebas, apresentaram indicadores de cobertura vacinal medianos. A capital do estado alcançou 68,82% do público-alvo previsto enquanto a capital do minério imunizou 66,68%. Paragominas (67,57%), Redenção (63,32%), São Félix do Xingu (62,02%) e Tucuruí (59,54%), todas no sudeste do Pará, também tiveram índices médios, assim como Cametá (67,31%), Bragança (66,98%), Itaituba (59,68%) e Marituba (57,78%).

Para o coordenador de Competitividade do CPL, Lucas Cepeda, os dados da cobertura vacinal de gripes tradicionais, por exemplo, servem de referência para o desempenho que as cidades devem apresentar na vacinação da Covid. Em entrevista à CNN Brasil, ele disse ser provável que as localidades com indicadores menores tenham mais problemas que aqueles com taxas maiores, ainda mais por se tratar de uma vacina nova.