Campanha de vacinação contra a Influenza será antecipada no Pará

As doses começaram a ser distribuídas aos 144 municípios nesta segunda-feira (20). Meta é vacinar, pelo menos, 90% dos grupos prioritários.

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A campanha de vacinação contra a Influenza (gripe) será antecipada no Pará e em todos os estados da região amazônica. As doses começaram a ser distribuídas aos municípios nesta segunda-feira (20), e de acordo com o secretário de Estado de Saúde Pública (Sespa), Rômulo Rodovalho, os municípios devem iniciar a vacinação da sua população à medida que forem recebendo os imunizantes. “Vamos começar vacinando as crianças de seis meses a menores de seis anos e os idosos com 60 anos e mais”, informou o titular da Sespa.

A meta no Pará é vacinar, pelo menos, 90% dos grupos prioritários. Para isso, o estado contará com 2,7 milhões de doses de vacina enviadas pelo Ministério da Saúde, das quais já recebeu 1,8 milhão de doses, que correspondem a 68% do total de imunizantes necessários para toda a campanha.

O objetivo da campanha de vacinação é reduzir as complicações, internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus Influenza nos grupos prioritários da campanha.

Grupos prioritários – A escolha dos grupos a serem vacinados segue recomendação da OMS e é formada pelas pessoas com maior possibilidade de ter complicações e morrer por SRAG.

Depois das crianças de seis meses a menores de seis anos de idade e os idosos, nas demais etapas da Campanha, serão vacinadas as gestantes, puérperas, povos indígenas, trabalhadores de saúde, professores de escolas públicas e privadas, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, pessoas com deficiência, profissionais da força de segurança e salvamento, profissionais das Forças Armadas, caminhoneiros trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, população privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas e funcionários do sistema prisional.

Conquista histórica – Na última quinta-feira (16), durante a reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que reúne gestores estaduais e municipais de Saúde, Rômulo Rodovalho disse que a antecipação da campanha é o primeiro passo de uma conquista histórica da região Norte, que sempre foi prejudicada com a realização da campanha nacional a partir do mês de abril, antes do inverno nas regiões Sudeste e Sul.

“O Ministério da Saúde desconsiderava totalmente o período chuvoso, conhecido como inverno amazônico, que ocorre entre os meses de dezembro e maio, quando aumentam os riscos de doenças respiratórias na região”, comentou.

O titular da pasta anunciou, ainda, que o segundo passo ocorrerá entre os meses de setembro e outubro, quando, pela primeira vez, na história do Programa Nacional de Imunização (PNI), a população da região Norte será vacinada contra a gripe alguns meses antes das demais regiões brasileiras.  

Segundo o secretário, essa mudança é um apelo antigo dos secretários estaduais de Saúde da região Norte, que foi atendido pela ministra da Saúde Nísia Trindade, durante a sua primeira visita ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) logo após a sua posse.

Outro argumento da ministra é que a região Norte tem mais áreas de difícil acesso, o que requer uma logística de vacinação mais complexa. Ela afirmou que o Brasil é muito desigual e não pode ter um calendário único de vacinação.

Para Rômulo Rodovalho, a decisão do Ministério da Saúde é muito importante como medida preventiva contra a gripe, pois isso, sem dúvida, vai reduzir a sobrecarga nos serviços de saúde por conta de doenças respiratórias. “A vacina é a principal medida de prevenção contra a gripe e é importante que a população atenda a esse chamado do SUS, levando as pessoas mais vulneráveis aos postos de vacinação e que os municípios adotem novas estratégias para atrair os grupos prioritários”, alertou.

Doença e vacina – A gripe é uma infecção viral que ataca os pulmões, o nariz e a garganta. Os sintomas incluem febre, calafrios, dores musculares, tosse, congestão, coriza, dores de cabeça e fadiga.

De acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de janeiro e fevereiro de 2022, mais de 1.700 brasileiros morreram de gripe. Então, é preciso avançar e inovar para ampliar a vacinação no Brasil, já que, apesar de todos os esforços, ainda é baixa a cobertura vacinal contra a gripe no país e no Pará.

Produzida pelo Instituto Butantan, a vacina de 2023 ofertada pelo SUS protege contra três vírus respiratórios: Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B e contribui efetivamente para reduzir o adoecimento, complicações e a mortalidade causada por esses três vírus respiratórios.

A vacina também ajuda a proteger aqueles que são mais vulneráveis às doenças graves associadas à gripe, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), e a descompensação de quadros de doenças pré-existentes, que podem levar à morte.

A atualização da composição de cepas (tipos de vírus) das vacinas de Influenza é fundamental para a eficiência da vacina, já que os vírus se adaptam e sofrem mutações. Por isso, anualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) analisa todos os subtipos do vírus da gripe que circularam com maior intensidade, no último ano, no Hemisfério Sul, para que seja possível melhorar a eficiência da imunização.  

Serviço: a vacina contra a gripe estará disponível nas unidades básicas de saúde de cada município.