A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), por meio do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros, realiza a investigação de doenças neurológicas, principalmente a raiva em herbívoros. As doenças podem ser notificadas por qualquer pessoa pelo sistema E-SISBRAVET, e identificadas por servidores capacitados da agência.
As atividades de vigilância epidemiológica relacionadas ao controle dos transmissores da raiva no ano de 2022 atingiram 45 municípios com 147 ações, propiciando o controle de 37 focos da doença por parte dos fiscais e agentes.
Para a realização do trabalho de vigilância, a Adepará possui 20 equipes aptas para capturar morcegos após o surgimento de focos de raiva. Atualmente, cada regional dispõe de uma equipe treinada e equipada para essas ações.
Educação e capacitação
Além do controle de focos e vacinação, a Adepará realizou diversas atividades educativas e de capacitação técnica sobre controle da raiva nos herbívoros e outras encefalopatias. Foram 36 palestras, oito reuniões técnicas e uma capacitação técnica de médicos veterinários no município de Paragominas, no sudeste paraense.
De acordo com o balanço divulgado pelo programa, o número de animais vacinados contra raiva nos 144 municípios do Pará totalizou 10.978.176. Desde 2022, a vacinação contra a raiva animal é obrigatória em 50 municípios do estado. Em caso de confirmação da doença, a Adepará faz a busca ativa de novos casos e comunica os criadores locais em um raio de até 12 km da propriedade, além das ações de educação sanitária.
Segundo Gláucio Galindo, gerente do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros, “a imunização dos herbívoros nestes 50 municípios ainda permanece necessária em 2023, pois apesar da acentuada queda dos focos de raiva, estes ainda persistem na região”.
Excelência no controle
O Programa estabelece ações para o efetivo controle da raiva dos herbívoros no Brasil, e não a convivência com a doença. O objetivo é atingir a excelência no controle da raiva, contribuindo com o crescimento da pecuária, diminuindo prejuízos, e colaborando com a saúde pública, o controle de morcegos hematófagos e a educação sanitária.
No Pará, vem sendo observado o aumento gradativo do número de casos de raiva em herbívoros, transmitida pelo morcego-vampiro (Desmodus rotundus), que se alimenta de sangue. Os principais fatores para o aumento dos casos de raiva em herbívoros foram alterações no meio ambiente, principalmente desmatamento, e a ampliação das áreas urbanas, em decorrência de construção de rodovias e até hidrelétricas, que alteraram o habitat natural dos morcegos, obrigando-os a procurar novas áreas e fontes de alimentação.
O aumento da população de morcegos hematófagos se deve, especialmente, a uma oferta maior de alimentos, com a introdução da pecuária em diversas regiões, e à baixa cobertura vacinal dos animais. A combinação desses fatores permitiu a multiplicação das populações de morcegos hematófagos.
Com as ações, o programa pretende reduzir a prevalência da doença entre herbívoros domésticos no Pará, contribuindo para a diminuição dos prejuízos econômicos na pecuária e dos riscos para a saúde pública. Esse objetivo é alcançado por meio da vacinação estratégica de espécies suscetíveis e do controle populacional do principal transmissor, o morcego-vampiro, associados a outras medidas profiláticas e de vigilância.
Notificação
O produtor rural deve notificar à Adepará qualquer sintoma neurológico em seus animais de produção, se perceber sinais de mordedura por morcegos hematófagos no rebanho ou a presença de abrigos de morcegos em sua propriedade.
No site da Agência estão os links para notificar os casos suspeitos. A Ouvidoria pode ser acionada pelo telefone (91) 99392-4264 ou pelo endereço eletrônico ouvidoria@adepara.pa.gov.br
O atendimento virtual acontece de segunda a quinta-feira, das 9h às 17h, e na sexta-feira, das 9h às 14h, não funcionando em finais de semana e feriados.
Informações sobre o procedimento técnico e dados sobre a doença estão disponíveis pelo link. A notificação de suspeita de doenças neurológicas deve ser registrada pelo canal oficial, informando o contato e a localização da propriedade, para que equipes de campo possam averiguar a ocorrência.
Sugestões e reclamações devem ser enviadas à Ouvidoria, pelos telefones: (91) 3210-1101/1105/1121, pelo WhatsApp (91) 99392-4264, ou pelo endereço eletrônico ouvidoria@adepara.pa.gov.br.
Por Rosa Cardoso – Ascom Adepará