Centro de Atenção Psicossocial de Parauapebas em novas instalações

Nova instalação do CAPS foi inaugurada hoje (3) pela prefeitura. Semsa anda preocupada com a depressão e, neste mês, irá oferecer palestra para profissionais da área de Comunicação

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Inaugurado em agosto de 2006, no primeiro mandato de Darci Lermen como prefeito, o Centro de Atenção Psicossocial de Parauapebas (Caps) mudou de endereço para ocupar um espaço bem mais amplo e confortável, na rua C, no bairro Cidade Nova. As novas instalações mereceram nova inauguração pelo prefeito e pelo secretário municipal de Saúde, Gilberto Laranjeiras.

“Vamos trazer revitalizações para os próprios usuários. São instalações novas, sala de descanso com camas novas, nutricionistas acompanhando as alimentações regularmente – café da manhã, almoço e janta –, veículos de prontidão. Temos psicólogos, psiquiatras, assistente social”, enumerou Gilberto Laranjeiras. “O usuário estava precisando”.

Especializados em saúde mental, os Caps garantem tratamento e reinserção social de pessoas com transtorno mental persistente e severo. Cuidam ainda de dependentes de álcool e de drogas. Em Parauapebas, o Centro tem 4,3 mil prontuários de pacientes, mas apenas mil, aproximadamente, estão ativos e procuram a unidade para receber algum atendimento.

A informação é do supervisor da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial -, Dr. Wagner Dias Caldeira. Dos mil pacientes, disse ele, perto de 100 estão no centro toda semana, para participar das mais diversas atividades diárias, como oficinas de trabalhos manuais, pintura em tela e tecido e de expressão corporal. Tem também as atividades em grupos – de Jovens, de Famílias, de Entrada, de Coaching, Grupo Harmonia e para Pais de Adolescentes.

Wagner Caldeira explicou que, até um tempo atrás, o Caps atendia todos os tipos de pacientes, inclusive aqueles com o mais leve transtorno, o que, naturalmente, sobrecarregava a unidade. “Agora, a equipe está se concentrando nas pessoas que, de fato, deveriam estar atendendo, que são os casos graves”, disse o supervisor.

São pacientes com transtornos psicóticos, principalmente esquizofrenia, pessoas com transtorno bipolar e com depressão aguda. Tem ainda os pacientes com transtorno de ansiedade grave. O Caps também cuida de dependentes de álcool e pessoas “com uso prejudicial de drogas”, um termo considerado mais adequado pela equipe de saúde para se referir aos dependentes e viciados.

Quanto aos casos mais leves e moderados de transtorno, Wagner Caldeira informou que os pacientes são atendidos pelas unidades básicas de Saúde, conforme previsto pela política de saúde brasileira. Com isso, explicou o supervisor, tem caído o número de pessoas atendidas pelo centro, o que não quer dizer que tenha diminuído a frequência de gente com problemas psicossociais.

Cuidados com a depressão

A tendência dos casos, observou Caldeira, é de aumento desses problemas não apenas no Brasil, mas em todo o mundo em consequência das crises econômicas e sociais, como o desemprego. E a depressão, considerada o mal do século, é a doença que tem colocado em alerta os especialistas.

No Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença atinge quase 12 milhões de pessoas; e mata, no mundo, cerca de 800 mil pessoas, principalmente jovens e adolescentes.

Com a chegada do “setembro amarelo”, de prevenção à depressão, a Secretaria de Saúde de Parauapebas preparou algumas atividades voltadas especialmente à capacitação de servidores públicos, religiosos, policiais e agentes de segurança para identificação e atendimento a pessoas que sofrem com a doença.

“A gente procura essas pessoas para capacitá-las para que elas entendam a importância de lidar com a tentativa de suicídio e também para saber para onde encaminhar”, disse Wagner Caldeira. Neste ano, a capacitação está prevista para ser nos próximos dias 9 e 10. “Este ano, a gente programou a segunda formação de multiplicadores, que será bem maior, para 100 pessoas. E já tem gente inscrita de todas as secretarias praticamente”, informou Caldeira.

Antes disso, no dia 9 deste mês, haverá palestra para jornalistas, radialistas e demais profissionais que trabalham na área de Comunicação, em Parauapebas, que serão orientados sobre como noticiar o suicídio, maior consequência da depressão. Por falta de informação, principalmente os blogs costumam destacar esse tipo de notícia, o que é desaconselhado pela Organização Mundial de Saúde e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

“Os veículos são importantes na prevenção de suicídio e é preciso repensar a forma como é noticiado o suicídio também”, frisou o supervisor da RAPS. A palestra será no plenário da Câmara Municipal de Parauapebas, a partir das 9 horas.